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O que esperar da exposição sobre Hebe, que estreia no Farol Santander

Com abertura na terça (19), a mostra funde memória e tecnologia para celebrar a maior apresentadora da TV brasileira

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 15 fev 2019, 16h02 - Publicado em 15 fev 2019, 06h00

Ela reinou absoluta na televisão por seis décadas. Hebe Camargo (1929-2012) estreou no rádio, tentou a carreira de cantora e, no posto de maior apresentadora do país, conquistou os espectadores com sua personalidade alegre e genuína. Em 8 de março, a estrela completaria 90 anos, e a festa tem início na terça (19), com a abertura da exposição Hebe Eterna, no Farol Santander.

Sob a curadoria de Marcello Dantas, a mostra utiliza recursos tecnológicos para travar um diálogo interativo com o público e ressaltar para os jovens a importância da apresentadora. “Hebe conectava todos os setores da sociedade, sendo autêntica, tolerante, diversa e moderna”, afirma Dantas. “Ela juntava em seu sofá, por exemplo, o político Paulo Maluf e o educador Paulo Freire, era uma mistura da Rua 25 de Março com o Shopping Iguatemi.”

A exposição se organiza em onze módulos pelos 19º e 20º andares do Farol Santander. A proposta é levar o público a vivenciar um dia semelhante aos que caracterizavam a rotina da apresentadora, e tudo começa com versões impressas e digitalizadas de uma seleção de jornais e revistas, algo que ela não dispensava no café da manhã. Do seu guarda- roupa, podem ser apreciados 27 vestidos e 150 pares de sapatos. Uma réplica do famoso sofá dos seus programas está lá. Nele, o visitante é convidado, por meio de uma projeção que o filma em tempo real e o coloca lado a lado com Hebe, a sentir-se na pele de um dos seus entrevistados.

Entrevista com Neil Armstrong nos anos 60 (Gervasio Baptista/Veja SP)

Um camarim também ocupa uma das salas, e o fã se posicionará diante de um espelho que exibe depoimentos de cabeleireiros que fizeram a cabeça da homenageada. Em outra sala, a voz de Hebe é ouvida em um medley de onze minutos, em que ela canta boleros, temas sertanejos e clássicos da MPB. Por fim, o público tem a chance de garantir uma foto, graças a um efeito digital, capaz de reproduzir o famoso selinho da apresentadora. Hebe marcou presença em diversas emissoras, como Paulista, Tupi, Record, Bandeirantes, SBT e RedeTV!. No fim da década de 50, foi uma das titulares do programa O Mundo É das Mulheres, que tinha debates voltados ao público feminino. A atriz e cantora Débora Reis, que a representou no espetáculo Hebe, o Musical (2017/2018), ressalta seu lado vanguardista. “Ela era feminista, empreendedora e líder, todas as qualidades que hoje cobram de nós, nos anos 50 e 60”, diz Débora.

A apresentadora Regina Volpato, que conheceu Hebe no SBT em 2004, também reconhece o pioneirismo da colega e agradece os estímulos e sugestões recebidos dela no início da carreira. “Hebe praticava a sororidade bem antes de essa palavra constar nos nossos dicionários”, declara. A autenticidade de Hebe cativou de cara a jornalista Marília Gabriela. As duas se cruzaram pela primeira vez em Nova York, em 1979, e Hebe usava um casaco de pele lilás.

O convívio se estreitou em restaurantes e festas na casa de amigos comuns. Já íntimas, Hebe chamou Marília para uma viagem a Miami e, entre cervejas e voltinhas no shopping, a jornalista encontrou a melhor definição da amiga. “Hebe comprava um anel de brilhantes ou um casaco caríssimo na loja de grife e, depois, se encantava do mesmo jeito com um cinto de plástico em um quiosque”, conta. “Ela nunca deixou de ser aquela menina de Taubaté, a Hebinha, mesmo depois de se tornar a maior diva do Brasil.”

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> Farol Santander. Rua João Brícola, 24, centro. Terça a sábado, 9h/20h; domingo, 9h/19h. R$ 20,00. Até 2 de junho.

Imagens de um tempo

Hebe Camargo estreou no rádio e permaneceu sessenta anos no ar na televisão

(Acervo pessoal / reprodução/Veja SP)

1944: A aspirante a cantora na Rádio Difusora, um ano depois de chegar a São Paulo, no programa Arraial da Curva Torta

(Acervo pessoal / reprodução/Veja SP)

1960: Hebe, na TV Paulista, recebe o prêmio de Rainha da Televisão das mãos de Walter Forster, diretor do programa O Mundo É das Mulheres

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(Acervo pessoal / reprodução/Veja SP)

1963: Entre os compositores Dorival Caymmi e Ary Barroso, a apresentadora em uma de suas entrevistas na TV Tupi

(Acervo pessoal / reprodução/Veja SP)

1967: Hebe em um momento de diversão familiar com o único filho, Marcello Camargo

Publicado em VEJA SÃO PAULO de 20 de fevereiro de 2019, edição nº 2622.

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