Saiba quais exposições fecham neste domingo
Devido à eleição para prefeito de São Paulo, algumas mostras não funcionam e outras têm horários especiais
Neste domingo (28) os paulistanos decidem quem será o novo prefeito da cidade. Por isso, algumas exposições fecham suas portas na data, mas outras continuam acontecendo, só que com horários especiais. Confira quais são elas e programe-se para o final de semana:
FECHAM
Aberto Fechado: Caixa e Livro na Arte Brasileira
Entusiasta da arte brasileira desde a década de 60, o curador britânico Guy Brett fez a seleção da mostra, centrada em obras produzidas em forma de livros e caixas. Foram pinçadas por Brett noventa peças de 23 nomes, entre eles Cildo Meireles, Hélio Oiticica, Regina Silveira e Tunga. Também em cartaz na Pinacoteca: Artur Lescher (instalação).
Nome importante da abstração latino-americana, o artista venezuelano Alejandro Otero (1921-1990) tem exibidos na mostra quarenta dos chamados Coloritmos — pinturas com linhas em preto e branco e pequenas zonas coloridas. Posicionado na história da arte em algum ponto entre o construtivismo e a arte cinética, Otero, muito influenciado por Mondrian, consegue impor um ritmo quase musical às faixas de cores. Não deixe de observar os pequenos desenhos e colagens que serviram de estudo para a série, eles são ainda melhores.
Mais influente gravador da história da arte brasileira, o carioca Oswaldo Goeldi (1895-1961) não costuma ficar muito tempo fora de cartaz na cidade. O MAM, por exemplo, encerrou em agosto (2012) uma ampla retrospectiva de sua obra, intitulada Sombria Luz e composta de cerca de 200 trabalhos. Agora, a Estação Pinacoteca amealha um conjunto de 56 peças realizadas entre 1924 e 1960, todas pertencentes ao acervo da instituição. Os trabalhos de inflexão expressionista que fizeram a fama do artista, influenciado pelo austríaco Alfred Kubin, e o tornaram respeitado na genealogia gráfica do país não ficaram de fora da nova montagem, organizada de maneira cronológica.
Podem ser vistas na mostra 75 obras realizadas entre 1977 e 2010 de autoria de quatro gravadores brasileiros contemporâneos. Fernando Vilela chega a beirar a abstração geométrica em seus trabalhos, enquanto Ulysses Boscolo chama atenção pelos retratos angustiados feitos com a técnica de ponta-seca. Ernesto Bonato e Paulo Pt Barreto completam a seleção.
Morto há um mês, aos 105 anos, o fotógrafo argentino tem um lado menos popular de sua produção explorado nas 81 imagens de Luz, Cedro e Pedra. A mostra reúne uma série registrada em 1945 nas cidades históricas de Minas Gerais. Ali, ele focou um tema específico: as esculturas de Aleijadinho em Sabará, Ouro Preto e Congonhas do Campo. Expoente do modernismo latino-americano, Coppola sobressaiu pelos flagrantes urbanos de Buenos Aires. Esses trabalhos modernistas revelam a atenção aos aspectos geométricos da cidade, reflexo do período passado pelo artista na Alemanha. Entre 1932 e 1933, ele estudou na cultuada escola fundada pelo arquiteto Walter Gropius, a Bauhaus, onde conheceu a primeira esposa, Grete Stern, posteriormente celebrizada pelas fotomontagens surrealistas. Fugindo da ameaça nazista, o casal veio para a América do Sul em 1935. Dez anos depois disso, Coppola visitou o Brasil para realizar o conjunto agora exibido.
HORÁRIOS ESPECIAIS
Das 12h às 18h
Ao mesmo tempo valorizada pelo mercado e pela crítica, a artista carioca exibe um resumo de sua produção em Histórias às Margens. São 41 trabalhos, provenientes de coleções brasileiras e estrangeiras. De inflexão oriental, as obras do início da carreira — 1991 em diante — revelam um talento em maturação. Na metade da década de 90, contudo, Adriana consegue sintetizar com brilhantismo referências diversas para alcançar um resultado único. Cabem nesse caldeirão influências do barroco mineiro, da azulejaria portuguesa e da violência da carne viva, realizada com poliuretano. Em alguns momentos, as dramáticas e intensas pinturas abandonam a superfície plana e transformam-se em instalações ou relevos. Algo notável em Extirpação do Mal por Incisura, em Língua em Padrão Sinuoso e na obra-prima Reflexo de Sonhos no Sonho de Outro Espelho (Estudo sobre o Tiradentes de Pedro Américo), feita para a chamada Bienal de 1998. Das mais recentes, observe o óleo O Sedutor, um geométrico estudo sobre o vazio.
Das 12h às 19h
Depois de fazer uma mostra muito política em 2010, a Bienal de São Paulo chega à trigésima edição mais intimista. Sob o (vago, diga-se) tema “A iminência das poéticas”, o curador venezuelano Luis Pérez- Oramas reuniu cerca de 2.900 obras de 111 artistas. De montagem bem mais organizada e, felizmente, com menos vídeos do que a edição anterior, a exposição acerta ao voltar a dar alguma ênfase às pinturas. Os tons claros das abstrações de John Zurier, o talento figurativo de Eduardo Berliner e os jogos cromáticos de Lucia Laguna e Juan Iribarren (acertadamente colocados em salas vizinhas) são dignos de nota nesse gênero. Também não faltam bons fotógrafos: August Sander, Saul Fletcher, Sofia Borges e Alberto Bitar entre eles.