Construção de quadra de areia no Parque Ibirapuera vai parar na Justiça
Grupo de jogadores amadores de vôlei afirma ter sido prejudicado
Queridinhas por muitos paulistanos, as quadras de areia são motivo de discórdia, reclamações e até de um processo judicial movido por um grupo de jogadores amadores de vôlei que frequenta há duas décadas um velho e surrado espaço de cimento no Parque Ibirapuera. Ou melhor, frequentava.
Há um mês os locais foram fechados para a construção de dois novos campos. “Fomos pegos de surpresa e a Urbia (concessionária que administra o parque) não deu a oportunidade de conversar”, afirma o advogado Amauri Alves, que frequentava todo domingo a área, juntamente com cerca de trinta pessoas de um mesmo grupo.
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“Nossa sugestão era propor uma quadra de areia e deixar a outra do jeito que estava. Dessa forma atenderia aos interesses de todos. Mas falaram não.” Na quinta-feira (5), a Justiça negou um pedido de liminar feito por Alves, a despeito de um parecer favorável emitido pelo Ministério Público. A solicitação era para que as obras fossem interrompidas até a conclusão do mérito. “Agora é esperar para ver se o juiz autoriza o desfazimento da obra.”
A queixa de Amauri Alves e da turma do vôlei é desmentida pela Urbia, que afirma ter colocado toda a sua equipe de comunicação para sanar quaisquer dúvidas sobre o projeto. “Realizamos uma pesquisa com os frequentadores do parque e identificamos a carência de esportes de areia, como vôlei de praia, futevôlei e beach tennis. Vamos colocar as duas quadras e as pessoas vão decidir quais esportes vão praticar”, explica Samuel Lloyd, diretor da concessionária.
Além de garantir a gratuidade da prática esportiva no novo espaço, Lloyd diz que todos os usuários da antiga quadra poderão jogar em dois outros espaços que foram reformados recentemente. “Uma das coisas que percebemos: em alguns casos isolados existe um uso de pessoas que se veem como donas da quadra. As quadras do Ibirapuera não têm dono.” As obras deverão ficar prontas em um mês.
Outra polêmica no Ibirapuera, a cobrança de empresas que prestam serviço de assessorias a corredores ainda está de pé e deverá entrar em vigor ainda neste ano. “Se alguém isola uma área para trinta, quarenta pessoas, e os pedestres não podem circular por lá, é justo que essas empresas paguem por isso. Se há exploração comercial de terceiros, elas precisam contribuir com a manutenção do parque”, afirma Lloyd. Corredores amadores que aparecerem eventualmente com um professor ao lado, por exemplo, não vão pagar pelo uso do parque.
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Publicado em VEJA São Paulo de 18 de maio de 2022, edição nº 2789