Biografias autorizadas estreiam nas telas
Duas formas de contar histórias nos documentários brasileiros Laura e Sobral
A produção de documentários nacionais está tão intensa que muitos tendem a ficar apenas uma semana em cartaz. Além da quantidade, há diversidade de formatos.
Convencional e correto em sua proposta de homenagem, Sobral — O Homem que Não Tinha Preço narra a trajetória do famoso jurista sob a ótica da neta dele, a realizadora Paula Fiuza. Sobral Pinto (1893-1991) foi um ferrenho defensor dos direitos humanos, sobretudo na época do regime militar.
Uma das curiosidades do filme está ligada ao líder comunista Luiz Carlos Prestes. Sobral interveio para que a filha dele e da judia Olga Benário voltasse da Alemanha para o Brasil durante a II Guerra. A partir daí, Sobral e Prestes tornaram-se grandes amigos. As histórias de seu passado profssional, na voz de advogados e historiadores, empolgam menos do que saber de intimidades, como a infidelidade conjugal confessada aos filhos numa carta.
Em outra direção ruma Laura. Amigo da imigrante argentino-brasileira homônima, o diretor Fellipe Barbosa a persegue por badaladas festas em Nova York na intenção de flagrar sua glamourosa energia. Embora tenha um ponto de partida criativo, a fita cai conforme Laura demonstra ser prepotente.O registro toma, assim, um caminho desinteressante.