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Vale do Anhangabaú ganha nova vida noturna com aulas de dança gratuitas

Ritmos como charme, forró e samba-rock tomam conta do calçadão durante a semana, atraindo público e movimentando a região

Por Tomás Novaes
2 mar 2025, 08h00
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O DJ Sammy, durante aula de charme: ocupando o Anhangabaú (Leo Martins/Veja SP)
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Crianças, jovens, adultos, idosos, sozinhos ou em bando — tem gente de todo tipo aprendendo passos no centro de São Paulo. E a pista é o Vale do Anhangabaú, que está ganhando uma nova vida noturna com aulas de dança gratuitas durante a semana.

No calçadão iluminado, em meio aos prédios históricos, centenas de alunos, dos iniciantes aos mais experientes, fazem do espaço aberto um grande baile.

Às segundas-feiras, das 20h às 22h, tem charme; às terças, das 18h às 20h, hip-hop; às quintas, entre 20h e 22h, é a vez do forró; e sexta é dia de samba-rock, das 19h às 23h.

São algumas das atividades que rolam todas as semanas no local, que é administrado pelo consórcio Viva o Vale, formado pela WTorre Entretenimento e a Urbancom, com contrato firmado em 2021 no valor de 49 milhões de reais e duração de dez anos.

As atividades que reúnem maior número de pessoas são os projetos Groove 011 (aulas de samba-rock) e Sampa Charme, ambos criados pelo DJ paulistano Sammy Ricardo, 35.

Os professores Leonardo e Thaiana: projeto Sampa Charme
Os professores Leonardo e Thaiana: projeto Sampa Charme (Leo Martins/Veja SP)
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“Sempre fui apaixonado por black music. O charme é patrimônio imaterial carioca, e o samba-rock é patrimônio de São Paulo, uma dança muito comum nas famílias pretas paulistanas”, explica o organizador, que foi criado em São Mateus e começou sua trajetória como dançarino.

Venceu campeonatos dançando e coreografando antes de se dedicar, nos últimos anos, à discotecagem — em 2018, fundou o Groove 011 e, em 2023, a iniciativa que ensina a dança carioca. “O charme é uma cultura do Rio de Janeiro que existe desde a década de 70. Em 1990, começaram os bailes no Viaduto de Madureira. Aqui em São Paulo, alguns coletivos praticavam, mas eram pequenos, então tive a ideia de trazer para o Anhangabaú — hoje damos aulas para até 500 pessoas”, conta.

A média de público em cada sessão de ambos os projetos é de cerca de trezentas pessoas, com o mesmo formato de aula na primeira metade do horário e baile no final, para as pessoas colocarem as coreografias em prática. No domingo (23), o coletivo promoveu um encontro inédito com o baile do Viaduto de Madureira, no bar Vem Sambar Prime, no Ipiranga.

A segurança é a grande preocupação de quem pensa em dançar no vale. “O Anhangabaú era conhecido por ser um lugar tenebroso do centro. O movimento aumentou muito desde que começamos, é absurda a diferença. Parece loucura, mas hoje, em uma segunda-feira à noite, a gente vê muita criança andando de patins e bicicleta”, diz Sammy.

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Os alunos deixam as mochilas e bolsas na parte frontal da pista, para que possam olhar os seus pertences enquanto a aula acontece. E, desde o começo deste mês, estão sendo oferecidos armários para armazenar os itens dos praticantes, que devem levar os próprios cadeados.

Depois das aulas de sexta, o pessoal costuma encerrar a noite em uma esfiharia nas redondezas. Ellen Trizi, criadora, ao lado do seu irmão, Felipe, do Forró do Bom, que acontece às quintas, ressalta que a insegurança não desapareceu.

“Desde que começamos (junho de 2022), percebo um aumento na ocupação artística, esportiva e cultural na região central. Percebo também uma tentativa de melhoria na segurança, mas falta uma política pública efetiva para a população vulnerável que ainda reside ali. Sendo bem sincera, hoje não me sinto segura de fato em nenhum lugar da cidade”, comenta.

Público na aula de dança: movimento noturno no Anhangabaú
Público na aula de dança: movimento noturno no Anhangabaú (Leo Martins/Veja SP)
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Apesar dos problemas da metrópole, as aulas a céu aberto seguem chamando público. “No início a gente tinha receio. Mas pensamos na vontade de voltar a ocupar o centro, que foi um berço da cultura preta paulistana”, conta Max Pessoa, 40, professor do Groove 011.

“O hip-hop brasileiro nasceu na estação São Bento. E a região do Vale do Anhangabaú era também um ponto de encontro para a galera preta dançar samba-rock”, completa.

Aulas de luta, skate e batalhas de rima também fazem parte da programação semanal do Vale do Anhangabaú, que, no ano passado, sediou 4 537 atividades gratuitas. Que seja o começo de uma nova fase do calçadão, com mais agito na pista de dança e tranquilidade para ir e vir. ■

Publicado em VEJA São Paulo de 28 de fevereiro de 2025, edição nº 2933

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