Brisa Flow é a primeira artista indígena a se apresentar no Lollapalooza Brasil
Radicada em São Paulo há 11 anos, a mineira é filha de chilenos que fugiram da ditadura de Pinochet
![Imagem mostra mulher de olhos fechados, com figurino de mangas longas e brilhantes](https://gutenberg.vejasp.abril.com.br/wp-content/uploads/2023/03/Design-sem-nome-95.png?w=700&h=450&crop=1)
Nesta sexta-feira (24), às 12h30, a mineira Brisa Flow será a primeira artista indígena a se apresentar no Lollapalooza Brasil.
Filha de artesãos chilenos marrones que, em 1987, fugiram da ditadura de Pinochet, Brisa de La Cordillera — seu nome completo — é uma rapper, cantora e compositora radicada em São Paulo há onze anos.
![Brisa Flow Imagem mostra mulher indígena com roupa brilhante azul](https://gutenberg.vejasp.abril.com.br/wp-content/uploads/2023/03/LOLLA_Brisa-Flow-credito-Desna_Divulgacao.jpg-1.jpg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
“Me sinto muito feliz de abrir esse lugar de diálogo. Somos um continente de mais de 800 povos, como não temos artistas indígenas nos line-ups da América Latina?”, questiona.
Para seu show em um dos maiores festivais de música da capital e do país, ela está preparando arranjos inéditos e um figurino especial assinado pela estilista trans Vicenta Perrotta, do ateliê paulista TRANSmoras.
+ Prêmio Shell 2023 destaca diversidade e laureia primeira atriz trans
Brisa defende a ocupação de espaços como esse por mais artistas originários. “No Brasil, temos uma riqueza gigante na música indígena, não só de rap. Gean Ramos, Djuena Tikuna, Brô Mc’s, Ian Wapichana e muitos outros nomes que não vejo em festivais”, diz.
A cantora ressalta que não basta ter um olhar curatorial raso para ter mais diversidade no line-up. “Não é só um lugar de ‘queremos artistas indígenas’, mas sim de ir ao show, conhecer a gente. Acontece muitas vezes de nos confundirem, em várias áreas da música. Eu gosto quando a curadoria vai assistir a uma apresentação, gosta e faz o convite — que foi o que aconteceu comigo no Lolla”, explica
Publicado em VEJA São Paulo de 29 de março de 2023, edição nº 2834
+Assine a Vejinha a partir de 9,90.