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Anavitória sobre novo disco e exposição: “As pessoas são muito criativas”

A dupla, que faz shows em São Paulo neste sábado (4) e domingo (5), fala sobre o álbum 'Claraboia' (2025), próxima turnê e lugares favoritos em São Paulo

Por Tomás Novaes
30 set 2025, 14h34
Ana e Vitória: novo disco 'Claraboia' (2025) lançado de surpresa
Ana e Vitória: novo disco 'Claraboia' (2025) lançado de surpresa (Lívia Rodrigues/Divulgação)
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Sem aviso prévio, Anavitória lançou um disco de vinte faixas inéditas no último dia 16, o intimista Claraboia (2025).

Para a dupla formada por Ana Caetano e Vitória Falcão, o novo projeto é a outra metade do álbum Esquinas (2024), mote da atual turnê do duo, que passa por São Paulo neste sábado (4) e domingo (5), no Espaço Unimed.

Gravado entre fevereiro e abril deste ano na sala de uma casa alugada em Paranapanema, no interior paulista, o projeto traz participações de Rubel e Bruno Berle e produção musical assinada por Janluska, pegê e Gabriel Duarte Mendes.

É o mergulho mais cru da dupla no universo da canção, com composições curtas e muitas vezes descritivas, transformando cenas cotidianas em poesia pura — o que, afinal, é o ofício do compositor, este que aparenta ter sido cada vez mais aperfeiçoado nos discos de Anavitória. Tudo envolto em uma sonoridade nua, com violão, vozes, piano e discretos elementos percussivos ou eletrônicos.

Formado em 2014, em Araguaína, no Tocantins, o duo tem seis discos de estúdio lançados, se firmando na cena da “nova MPB” com hits como Lisboa, Ai, Amor, Trevo (Tu) e Pupila, também dialogando com a música pop.

As artistas vivem na capital paulista há uma década, morando os três primeiros anos juntas na Rua Frei Caneca, na Bela Vista. Entre os lugares favoritos da cidade, Ana cita o restaurante coreano Komah, na Barra Funda, e o café Takkø, na Santa Cecília. “Mas acho que a coisa que eu mais gosto de São Paulo é ficar na minha casa. Quando a gente para eu só quero ficar quietinha”, completa Vitória.

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Isto porque a agenda das duas é concorrida — ainda antes de encerrarem a turnê atual, já anunciaram a próxima, que levará o repertório de Claraboia para mais de dez estados em 2026, em formato voz e violão. Confira a entrevista com a dupla a seguir.

Anavitória na estrada em 2026: turnê intimista
Anavitória na estrada em 2026: turnê intimista (Anavitória/Divulgação)

Como nasceu esse título, Claraboia?

ANA Quando estávamos mirabolando sobre essa ideia de ter dois discos, os nomes ainda não existiam. Nem Esquinas nem Claraboia. O título surgiu no meio do caminho, no sentido de um respiro mesmo. Na minha cabeça, o Esquinas é mais duro e concreto, como um prédio, e o Claraboia é a claraboia desse prédio, um fôlego, um momento mais quieto. Os discos são um contraponto um do outro. O Esquinas é mais barulhento, o Claraboia mais delicado.

Sobre essa safra de canções, a maioria nasceu durante o processo em Paranapanema?

VITÓRIA Lembro muito do dia em que a gente parou para decupar e entender quais músicas a gente tinha, ainda antes do Esquinas, no final de 2023. Ana sempre acha que não tem música, mas tinham várias, e muitas coisas inacabadas, pela metade. Fizemos um esboço do que poderiam ser esses dois discos, já tínhamos essa ideia. Boa parte das músicas de Claraboia já existiam, mas outras nasceram no caminho, por isso são álbuns irmãos, eles fazem parte do mesmo momento de composição. O amor habita os mais inconcebíveis dos lugares, por exemplo, surgiu no segundo momento do processo. Tivemos um primeiro encontro na casa de Paranapanema em fevereiro e um segundo em abril. Envelopamos o disco depois, mas quase tudo foi gravado lá.

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Esse disco também traz duas parcerias de vocês duas, Rua dos Abacateiros e Paranapanema. Como nasceram essas músicas?

ANA Rua dos Abacateiros nasceu em 2021, fomos fazer uma viagem para San Diego, na Califórnia, e encontramos alguns amigos músicos. A casa deles ficava na Avocado Road, porque tinham vários abacateiros, e essa letra narra aquele encontro e cenário. Paranapanema é a última música do álbum, que fala do momento da gravação do Claraboia. Foi um texto que a Vitória me mandou, quando a gente estava lá na casa, na intenção de eu colocar em outra música. Mas eu tinha uma melodia solta e encaixei a letra. Acho ótimo que o disco abre e encerra com músicas assinadas por nós duas.

Neste álbum vocês cantam em uníssono, sem aberturas de voz. Foi intencional?

VITÓRIA Nos primeiros dias da feitura do disco a gente queria que ele soasse muito “dentro da cabeça”. Falamos há muito tempo sobre explorar mais o uníssono. Desde o Amarelo, Azul e Branco (faixa do disco Cor, de 2021), que foi o momento em que a gente explorou cantar juntas sem abrir voz. Mas não me lembro exatamente como isso nasceu. E, desde o início do Claraboia, a gente queria que a mixagem soasse como aqueles discos mais antigos, com cada voz de um lado. Em uníssono o som fica mais cheio, com as duas cantando na mesma região, como um abraço.

Esses discos gêmeos trazem nas letras uma escrita bem única, com muito uso de sinônimos, objetos e imagens, me parece que privilegiando a palavra. Como vocês enxergam essa nova assinatura nas músicas?

ANA É uma mudança natural, percebo em todos os discos. Não acho que é uma característica de todas as composições desse álbum, mas  é algo que eu tenho explorado. Tem uma música do Esquinas, Ponta Solta, que traz um pouco essa coisa, uma letra às vezes não muito coesa, que não amarra uma historinha. Como pensamentos soltos que tem algo de interessante, ou que encaixam na melodia de um jeito legal.

Nessas próximas datas da turnê do Esquinas, a ideia é incluir alguma música do Claraboia?

ANA A ideia é manter separado. Tem uma música do Claraboia que a gente está fazendo no show, Nosferatu. Deixamos separado para estrear o novo repertório nos outros lugares.

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Ana, como compositora você naturalmente coloca a sua vida nas letras, e essas músicas trazem, em algum nível, uma exposição — até pauta em rede social. Como citado na faixa 3 am | Espirais da Repetição: “Enquanto eu lembro, as pessoas cantam/E cantam tão alto sobre o que elas não conhecem”. Como você enxerga essa relação entre a sua vida pessoal e a visibilidade das suas canções?

ANA É natural, é assim que acontece desde o começo do nosso projeto. Acaba tendo uma exposição. Mas não temos controle sobre como as pessoas vão interpretar as canções. Nossa, eu fico vendo, as pessoas são muito criativas para inventar e imaginar situações (risos). Sobre Espirais da Repetição, acho ótimo, as pessoas cantam sobre o que elas não conhecem, e assim vai continuar sendo. Mas não me incomoda, eu não olho muito para isso. Faz parte da profissão, do que a gente faz. E às vezes eu acho até engraçado. Eu queria ter uma vida tão movimentada quanto as pessoas acham que eu tenho.

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