Por que A Felicidade Não Se Compra é o grande filme do Natal?
Quando abri esta semana uma página no Facebook para meu blog, coloquei como foto de abertura uma cena de A Felicidade Não Se Compra. A escolha foi por vários motivos: é o meu filme preferido do diretor Frank Capra (e dele também), um dos melhores da história do cinema e a fita natalina que todos […]
Quando abri esta semana uma página no Facebook para meu blog, coloquei como foto de abertura uma cena de A Felicidade Não Se Compra. A escolha foi por vários motivos: é o meu filme preferido do diretor Frank Capra (e dele também), um dos melhores da história do cinema e a fita natalina que todos adoram gostar. Dizem que A Felicidade Não Se Compra é atração obrigatória na TV americana anualmente. Tive vontade de revê-lo e busquei a edição americana da Paramount em Blu-ray, que comprei uns dois anos atrás e ainda estava lacrada. Como perdi tanto tempo para ver a beleza que ficou o filme de Capra, que foi restaurado e ganhou nitidez jamais vista antes – a distribuidora Versátil lançou-o no Brasil em DVD e Blu-ray.
Mesmo que a história seja bastante conhecida, prefiro guardar alguns segredos. É bom deixar as surpresas para quem ainda não viu. Conto apenas que James Stewart interpreta George Bailey, um homem de uma integridade ímpar que herda a casa de empréstimos de seu pai. George queria rodar o mundo, fazer faculdade, conhecer novos horizontes. Mas quis o destino que ele ficasse numa pequena cidade do interior e, lá, enfrentasse um milionário ganancioso que se dizia dono do pedaço.
Mas por que uma trama como esta – de um David enfrentando um Golias – é o filme mais amado do Natal? Só a partir dos 70 e poucos minutos, surge o dia 24 de dezembro de 1945 e George, abalado por uma crise financeira, terá de implorar algo a Deus. Paro por aqui. Só digo que A Felicidade Não Se Compra me emociona toda vez que eu o vejo – acho que esta foi a quarta ou a quinta vez. Ele pode ser acusado de careta e de conservador, mas tem um roteiro que prega valores familiares, a importância dos amigos nas nossas vidas e, sobretudo, a solidariedade. Ou seja: é uma bela maneira de enxergar o espírito natalino.
Há um making of como bônus que conta várias passagens curiosas. O roteiro, por exemplo, nasceu de uma história curtíssima escrita num cartão de Natal. A RKO comprou os direitos, mas demorou anos até alguém se interessar pelo projeto. O set de filmagens, que recriou a cidadezinha, foi um dos maiores daquela época. E a neve que cai é artificial – fazia um calor insuportável na Califórnia em 1946. Embora com alto investimento, A Felicidade Não Se Compra fracassou nas bilheterias, concorreu a cinco prêmios no Oscar (incluindo melhor filme e direção) e não levou nada. Ainda bem que foi redescoberto pelas novas gerações e tornou-se um clássico. Se você ainda não viu, fica a dica… e Feliz Natal!