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Duas jovens atrizes brilham em filmes inéditos nos cinemas

Julia Garner e Sidney Flanigan, embora premiadas por críticos e em festivais, não devem ser lembradas no Oscar 2021

Por Miguel Barbieri Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
11 mar 2021, 10h58
Julia e Sidney: duas jovens em ascensão
Julia e Sidney: duas jovens em ascensão  (Divulgação/Divulgação)
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É sempre bom quando novos rostos e talentos despontam, seja no cinema ou na TV. Confesso que não conhecia o trabalho de Julia Garner porque não assisto à série Ozark. Mas ainda mais surpreendente é a atuação da novata Sidney Flanigan. Elas estrelam dois filmes que ficaram inéditos nas telas brasileiras, mas já estão disponíveis nas plataformas digitais.

A Assistente >Julia Garner vive, aos 27 anos, o melhor momento de sua carreira. Embora tenha feito as séries The Americans e Maniac, a jovem conquistou, recentemente, indicação ao Emmy e ao Globo de Ouro por Ozark e está fabulosa no drama A Assistente. Em seu primeiro filme de ficção, a australiana Kitty Green se sai muito bem nesse registro acurado dos bastidores de uma produtora cinematográfica de Nova York. Os holofotes, as estrelas e o glamour passam longe. Observa-se aqui a burocracia e os abusos de poder. Tudo é visto sob a ótica de Jane, papel de Julia, uma secretária que, na ilusão de trabalhar para um poderoso da indústria, se dá conta da conflituosa tarefa que terá pela frente. Ela é a primeira a chegar, a última a apagar as luzes, não se relaciona com os dois colegas e tem de levar desaforos para casa. A situação se agrava quando precisa recepcionar uma ingênua moça do interior, que chega à produtora de Man­hattan para ocupar um cargo de “assistente”. Jane percebe que a novata, sem nenhuma experiência na área, está lá apenas para servir aos prazeres sexuais de seu chefe. O que fazer? Na onda das denúncias do movimento Me Too, o roteiro abre mão de um tratamento explícito para, nas entrelinhas, expor uma estrutura escorada no machismo estrutural. Disponível no Amazon Prime Video.

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Nunca Raramente Às Vezes Sempre > É espetacular o trabalho de Sidney Flanigan em Nunca Raramente Às Vezes Sempre (sem vírgulas mesmo). Aos 22 anos e em sua primeira incursão no cinema, a moça foi escolhida como melhor atriz de 2020 pelos críticos de Boston e de Nova York e conquistou uma vaga no prestigiado Critics Choice Awards. Mesmo sendo uma estrela em ascensão, tem pouco mais de 6 000 seguidores no Instagram. A diretora Eliza Hittman faz um angustiante retrato de Autumn (Sidney), adolescente de 17 anos de uma zona rural da Pensilvânia, que descobre estar grávida. Para abortar, porém, ela precisa se deslocar, sem que seus parentes saibam, até uma clínica de Nova York. A prima (papel da também excelente Talia Ryder) a acompanha na jornada. Sem dinheiro e inexperientes na metrópole, elas vão passar por provações, expor fragilidades e buscar, a todo custo, a resistência. A cena em que a protagonista diz as palavras do título traduz, com emoção, o estado de uma mulher diante de uma gravidez indesejada. Disponível no NOW, Looke e outras plataformas de aluguel. A partir de quarta (17) no streaming do Telecine.

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