Conheça Grag Queen, apresentadora do novo reality Drag Race Brasil
Prestes a cantar no The Town e apresentar a competição de drags, artista relembra passado de preconceitos e início de carreira no Rio Grande do Sul
![Drag queen olha para o lado com uma mão no peito. Tem cabelos longos castanhos e veste adornos em tons roxos.](https://gutenberg.vejasp.abril.com.br/wp-content/uploads/2023/08/Grag-Queen-Créditos-Rodolfo-Magalhaes-1-1.jpg-1.jpg?quality=70&strip=info&w=668&h=508&crop=1)
“É como ser jogada do avião e mergulhar no profundo mar”, filosofa Grag Queen, 28, ao descrever a expectativa para sua grande estreia na televisão. A drag queen gaúcha será a apresentadora de Drag Race Brasil, versão nacional do reality show RuPaul’s Drag Race, que elege as melhores drags em desafios de dança, atuação e dublagem.
Após vencer o concurso Queen of the Universe, em 2021, Grag investiu ainda mais na carreira de cantora e também será uma das atrações no festival The Town, em 9 de setembro. “Demorei para ganhar dinheiro com minha arte. A gente é drag porque ama e muitas começam trabalhando por um copo de vodca ou investem do próprio bolso”, conta. “O mais difícil no papel de apresentadora é eliminar as participantes, porque sei que estou lidando com sonhos reais e histórias como a minha.”
Natural de Canela, no Rio Grande do Sul, Grégory Mohd começou a se “montar” no papel de Grag Queen após viralizar com um vídeo cantando ao lado do amigo. “Sempre fui cantora e atriz. Me vestia de árvore, duende, do que precisasse, mas quando me vesti de mulher foi diferente”, relembra. “Quando disse ‘Mãe, sou gay’, ela pediu: ‘Só não se veste de mulher’. Não deu!”
De família religiosa, Grag chegou a frequentar templos evangélicos na infância. “Não fui acolhida e participei de terapias de conversão desumanas, coisas que carrego até hoje”, lamenta. Entre os pais e a irmã, aceitar sua persona artística foi um processo lento. “Quando me montava em casa, surgia um estranhamento, mas depois que tu vai pra fora e ganha 250 000 dólares de prêmio, aí não tem o que falar!”, diverte-se. “Nem pergunto mais o que acham, mas hoje todo mundo me apoia e Canela inteira vibra por mim.”
Com Dudu Bertholini e Bruna Braga na bancada do júri, as gravações do novo programa levaram um mês e foram feitas na Colômbia, onde ficam os estúdios do canal. Em São Paulo, atualmente Grag mora no Cambuci, na região central. “Depois que venci o concurso, a Paramount fez o Pix e vim morar na capital em apartamento com chão de taco e tudo”, brinca.
No próximo mês, ela deve lançar um novo videoclipe e vai frequentar o Augusta Hi-Fi, antigo Studio SP, às quartas-feiras — é lá que acontecerão as watch parties, festas com exibições do reality, que estreia em 30 de agosto no streaming da Paramount e na MTV Brasil. “Agora demoro pelo menos sete ou oito horas para me montar. Me sinto uma pop star.”
![Grag Queen – Créditos Rodolfo Magalhaes (1).jpg Drag queen olha para o lado com uma mão no peito. Tem cabelos longos castanhos e veste adornos em tons roxos.](https://gutenberg.vejasp.abril.com.br/wp-content/uploads/2023/08/Grag-Queen-Cre%CC%81ditos-Rodolfo-Magalhaes-1.jpg.jpg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
Publicado em VEJA São Paulo de 25 de agosto de 2023, edição nº 2856