Bolsas de grife usadas ainda são tabu entre famosas: ‘Só compram de portas fechadas’
Preconceito com peças vintage (de até 350 mil reais) e blogueiras que tentam vender modelos falsificados fazem parte da rotina de butique de luxo paulistana
Após recusar uma oferta milionária para vender sua butique de luxo, Sandra Raffaelli, 46, mantém o ritmo do Fora do Closet comercializando bolsas de grife usadas que chegam a custar 350 000 reais. “Hoje a maior procura é pelas bolsas Hermès. Se uma nova custa 65 000 reais, aqui chegam a pagar 90 000.”
Na loja da Vila Nova Conceição, a maioria das frequentadoras preza mais pelo anonimato do que pela ostentação. “Muitas pessoas na alta sociedade não gostam de expor que consomem produtos de segunda mão”, revela. “Ainda tem famosas que só aceitam ser atendidas a portas fechadas.”
Enquanto considera abrir uma unidade no Rio de Janeiro e investe na visibilidade da marca para derrubar esse “preconceito”, Sandra diz receber em segredo algumas artistas da Rede Globo e várias influenciadoras — muitas delas, segundo a empresária, aparecem para “desapegar-se” e vender as bolsas caríssimas presenteadas pelas marcas para divulgação nas redes sociais.
Outras surgem com modelos duvidosos, que passam pelo olhar da equipe e por uma máquina americana capaz de verificar se a peça é autêntica. Certas lojinhas da Avenida Paulista vivem recheadas dessas imitações, as chamadas “réplicas de luxo”. “Não posso ser vista nesses lugares porque vão achar que estou comprando para revender, mas já pedi a funcionários irem fotografar e trazer o máximo de informações.”
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Publicado em VEJA São Paulo de 20 de abril de 2022, edição nº 2785