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Após se assumir gay, arquiteto Jorge Elias acusa empresária de ataque homofóbico

"Bicha véia é triste!", disse pelo Instagram perfil vinculado a Juliana Fernandes, dona de casas como Kinoshita e Attimo; ela afirma que celular foi clonado

Por Humberto Abdo
Atualizado em 4 mar 2021, 12h32 - Publicado em 26 fev 2021, 15h41
Retrato do arquiteto e decorador Jorge Elias.
Retrato do arquiteto e decorador Jorge Elias. (Lucas Lima/Veja SP)
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No Instagram, o arquiteto paulistano Jorge Elias afirma ter sido alvo de um novo ataque homofóbico pela empresária Juliana Fernandes, esposa de Marcelo Fernandes, proprietário dos restaurantes Kinoshita, Attimo e Tradi. Ao postar uma imagem segurando uma bolsa com a frase Just Married (recém-casados), ele encontrou a mensagem privada: “Meu Deus! Senhor parece um louco! Sem noção! Bicha véia é triste!”

Essa é a segunda vez que Elias recebe recados ofensivos em seu perfil. “Da outra vez fui para a delegacia e a justiça não faz nada, então hoje prefiro fazer algo a nível de internet”, relembra, indignado. Casado com a socialite Lucila durante 35 anos, hoje ele mantém um relacionamento amoroso com um homem.

Após compartilhar a ofensa, Elias recebeu milhares de mensagens de apoio enviadas por amigos e seguidores, entre eles o político e empresário Andrea Matarazzo. “Não tenho medo de me expor, meus filhos me aceitam e sou uma pessoa pública, sinto que tenho obrigação de difundir isso. Homofobia é uma coisa cafona pra c******, ridícula”, desabafa.

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Em 2019, Elias perdeu a nora e o neto em um acidente de avião na Bahia. “Não é a primeira vez que recebo críticas por ter um comportamento alegre (desde então). Criticam eu morar em Nova York como se nada tivesse acontecido”, diz ele. “Sofri e ainda sofro com as perdas na nossa família, mas minha vida continua.”

Depois de toda a repercussão nas redes sociais, Elias diz ter sido acionado por Juliana pelo WhatsApp.

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“Quando viu que eu fiquei muito p*** e todo mundo começou a bloqueá-la e mandar mensagem para os restaurantes, ela deu um jeito de falar com o advogado para falar comigo. Antes disso, tentou falar com meus filhos, um sócio meu e até um cara que nos vendia bebida”, conta. “Dizia que não tinha sido ela quem escreveu a mensagem, que o celular tinha sido roubado e estavam usando sua conta. Em compensação, ela só bloqueou o aparelho depois desse episódio.”

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“Jorge, boa noite! Sou a Juliana Fernandes”, começa a mensagem. “Desde já gostaria de me explicar pois tive meu Instagram ativado em diversos aparelhos que não são meus. Jamais faria qualquer comentário desse tipo pra ninguém, ainda mais para uma pessoa que nem conheço pessoalmente. Por favor, receba minhas desculpas pelo mal entendido mas infelizmente não temos controle sobre esse tipo de situação. Jamais faria qualquer tipo de comentário desse tipo.”

Registro de mensagem enviada a Jorge Elias pelo perfil de Juliana Fernandes.
Registro de mensagem enviada a Jorge Elias pelo perfil de Juliana Fernandes. (Instagram/Reprodução)
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Em entrevista à coluna, Juliana afirma que seu celular foi clonado e que registrou boletim de ocorrência após saber da mensagem. “Jamais faria esse tipo de ofensa, a gente tem restaurante, não toma partido nem de pebolim”, explica. “Quando soube da postagem entrei em contato com familiares e filhos dele, que disseram que iam conversar com o pai para parar com essa bobagem, mas eles não têm controle sobre o pai.”

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Elias diz não acreditar nessa versão. “Essa mensagem foi enviada com uma formalidade e distanciamento enormes, claramente feita pelo próprio advogado”, acredita. “Ela fez e depois se arrependeu, jamais achou que eu ia levantar essa causa gay de novo. Não admito ser maltratado, pode ser puta véia, viado, trans, ninguém pode ser desrespeitado.”

“Infelizmente somos vulneráveis a isso, até o Capitólio (dos Estados Unidos) invadem, que dirá o Instagram”, reforça Juliana. “Eu não conheço esse homem pessoalmente, a troco do quê vou ofendê-lo? Ele não entendeu e continuou postando. Eu tenho dois filhos, jamais faria isso e repudio qualquer tipo de ameaça, preconceito, racismo, isso é contra meus princípios. Nós somos pessoas corretas, temos vários amigos homossexuais.”

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