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Velhice e universo feminino são tema de duas peças em cartaz em SP
'As Três Velhas' e 'Não se Esqueça de Mim' são protagonizados por mulheres idosas
Duas peças em cartaz em São Paulo exploram o universo da terceira idade a partir de protagonistas femininas. Confira:
As Três Velhas
Em sua nova montagem, o grupo Teatro Kaus Cia Experimental se debruça sobre o texto do dramaturgo franco-chileno Alejandro Jodorowsky, com tradução de Aimar Labaki.
Escrita em 2003, a peça reflete uma sociedade hipócrita e cruel a partir de três personagens. Meliza (Amália Pereira) e Grazia (Tânia Granussi), gêmeas octogenárias, são duas marquesas decadentes, que vivem em uma mansão em ruínas sob vigilância constante da centenária criada Garga (Vera Monteiro). Numa noite incomum, devastadas pela fome e pelo abandono, elas desenterram segredos chocantes e, entre lembranças distorcidas e jogos perversos, alimentam fantasias de juventude, erotismo e poder.
Na forma de um melodrama grotesco e apoiado no teatro do absurdo, o espetáculo expõe um mundo onde todos são transformados em mercadorias, vendendo-se a qualquer preço para garantir o pão de cada dia. Em circuito de apresentações gratuitas, o espetáculo fica até o dia 24 de agosto no Teatro Arthur Azevedo, depois faz temporadas no Cacilda Becker e no Alfredo Mesquita (70min). 14 anos.
Teatro Arthur Azevedo. Avenida Paes de Barros, 955, Mooca, ☎ 2604-5558. →. Qui. a sáb., 21h. Dom., 19h. Até 24/8. Grátis.
Não se esqueça de Mim
Três amigas do colégio se encontram de tempos em tempos para colocar a vida e seus acontecimentos em dia. Perto de completarem 60 anos, e prestes a mais uma reunião, elas se impõem um desafio: que cada uma se reinvente.
Quebrar tabus relacionados ao envelhecer foi o mote da criação do espetáculo, que estreia esta sexta (15), no Teatro Paulo Eiró, com dramaturgia de Abigail Tatit (também em cena, ao lado de Edi Fonseca e Zeza Mota) e direção de Fabiana Carlucci.
O texto aborda diferentes aspectos da velhice e suas complexidades, e procura apontar novas perspectivas de olhar para essa fase da vida, sobretudo no reconhecimento do valor intrínseco à maturidade e à experiência.
“Ao colocarmos três mulheres em cena, cada uma com suas angústias, aflições, desejos, medos, sexualidade e experiências, buscamos não apenas criar uma identificação com o público, mas também abrir espaço para futuras discussões sobre esse tema”, diz a diretora.
Em setembro, a peça segue para o Teatro Alfredo Mesquita, em santana e, em outubro, para o Cacilda Becker, na Lapa (60min). 10 anos.
Teatro Paulo Eiró. Avenida Adolfo Pinheiro, 765, Santo Amaro, ☎ 5546- 0449. Sex. e sáb. 21h. Dom. 19h. Até 24/8. Grátis.
Publicado em VEJA São Paulo de 15 de agosto de 2025, edição nº2957.
