#SPsonha: Paraisópolis sob medida
Alunos de Arquitetura e Urbanismo da Faap pensam em maneiras de melhorar a paisagem de Paraisópolis com casas mais iluminadas, arejadas e espaçosas
Nas últimas quatro décadas, muitas escolas de arquitetura insistiram em conjuntos habitacionais modernistas como a receita de moradia de qualidade para favelas pelo país. Mesmo que muitos fossem instalados longe de tudo, nem tivessem comércio ou infra urbana por perto, e seus elegantes pilotis fossem cercados por garagens improvisadas.
Que alívio descobrir os trabalhos dos alunos do quinto semestre da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Faap, repensando as tipologias presentes nas construções de Paraisópolis. em vez da fórmula de terra arrasada, de derrubar favelas e enviar seus moradores a um conjunto a muitos quilômetros dali, os alunos pensaram em melhorar a paisagem já construída. mantendo as vantagens das favelas — o senso de comunidade, a proximidade entre moradia, comércio e emprego, às vezes, na mesma construção, enquanto deixa as casas mais arejadas, iluminadas e espaçosas. Várias propostas são para centros culturais, esportivos e com verde, multiúso mesmo — desta vez é para uma área realmente carente deles.
O momento é oportuno: a sociedade brasileira demorou para entender que a saúde em favelas insalubres é questão que afeta a todos.
Publicado em VEJA SÃO PAULO de 27 de maio de 2020, edição nº 2688.