Show de Robert Plant demora a engatar, mas clássicos do Led Zeppelin garantem a noite
Toda divulgação entorno da turnê de Robert Plant foi atrelada ao título “a voz do Led Zeppelin”. Sem dúvida o peso desta alcunha foi responsável por lotar o Espaço das Américas na segunda (22). Pais e filhos e grupos de amigos formavam um público que não parecia preocupado em conhecer (nem apreciar) a carreira-solo do […]
Toda divulgação entorno da turnê de Robert Plant foi atrelada ao título “a voz do Led Zeppelin”. Sem dúvida o peso desta alcunha foi responsável por lotar o Espaço das Américas na segunda (22). Pais e filhos e grupos de amigos formavam um público que não parecia preocupado em conhecer (nem apreciar) a carreira-solo do vocalista. A oportunidade de ver/ouvir ao vivo alguma pérola do grupo inglês na voz de Plant – que hoje vacila, mas ainda soa brilhante – já seria satisfatório. Apesar de dispensar apresentações, às 22h, uma voz anunciou alguns atributos do protagonista da noite, como os seus cinco prêmios Grammy. Vestido com uma camiseta de manga longa roubada do armário de Freddy Krueger, o roqueiro rompeu o palco e iniciou o serviço com Tin Pan Valley e Another Tribe.
As músicas foram pouco celebradas pela plateia, que até então ainda estava agitada na tentativa de enxergar o astro. A euforia tomou conta do local pela primeira vez quando Robert Plant, acompanhado da banda The Sensational Space Shifters, executou Friends, do disco Led Zeppelin III. O roqueiro fez um breve regresso a suas raízes ao interpretar Spoonful, de autoria de Willie Dixon e registrada pelo lendário bluesman Howlin’ Wolf. Depois de Somebody Knockin (mais uma da trajetória solo), um dos principais clássicos do Led Zeppelin demorou para ser reconhecido pelos fãs. A faixa Black Dog ganhou uma nova versão, tornou-se bem mais suave (quase um pecado).
Outras referências resgatadas foram as de Bukka White e Tim Buckley, na ocasião representados por Fixin’ to Die e Song to the Siren, respectivamente. Mesmo com a péssima acústica do Espaço das Américas e com um atraso do telão em relação ao som, o show sempre esteve sob o controle do cantor. Ele não precisou se esforçar muito, palmas e esporádicos “c’mon galera” surtiam o efeito esperado. O espetáculo teve momentos instrumentais até longos, onde o artista conseguiu explorar os ritmos africanos com os quais tem flertado no trabalho mais recente.
O show ganhou força do meio para o fim, quando o repertório engatou uma série do Led Zeppelin: Bron-Y-Aur Stomp , Gallows Pole, Ramble On e Whole Lotta Love. O bis foi o momento em que muito marmanjo chorou ao som de Going to California e, como Robert Plant se referiu, a “big one” Rock and Roll. Ele se despediu com um atá amanhã, já que tem mais um show marcado no local – para este ainda há ingressos.