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Notas Etílicas - Por Saulo Yassuda

Por Saulo Yassuda Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
O jornalista Saulo Yassuda cobre cultura e gastronomia. Faz críticas de bares na Vejinha desde 2014. Dá pitacos sobre vinhos, destilados e outros assuntos
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Morre Felicidade Bastos, do bar Dona Felicidade, aos 96 anos

Desde 1934 no Brasil, a anfitriã portuguesa fundou também o boteco Pé pra Fora, na Pompeia

Por Saulo Yassuda Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 23 jun 2022, 01h32 - Publicado em 22 jun 2022, 22h11
Mulher idosa posa em frente ao bar
Felicidade Bastos, dona do bar e restaurante Dona Felicidade. (Mario Rodrigues/Veja SP)
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Felicidade Bastos, a Dona Felicidade, morreu na tarde desta quarta-feira (22), aos 96 anos. Grande anfitriã, ela foi proprietária do bar-restaurante Dona Felicidade, na Vila Romana, e fundadora do boteco Pé pra Fora, na Pompeia. Tanto pela qualidade de sua cozinha trivial quanto pela forma calorosa como recebia a clientela, foi considerada a personalidade gastronômica do ano por VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER 2010.

Portuguesa nascida em Cunha, na região de Trás-os-Montes, Felicidade chegou ao Brasil em 1934. De três anos para cá, após a fratura de um fêmur, a empresária vinha apresentando a saúde cada vez mais debilitada.

Dois homens atrás de balcão e uma mulher sentada à frente
Sergio, Toninho e Felicidade Bastos: trio à frente do bar em foto de 2020 (Divulgação/Divulgação)

Na capital paulista, Felicidade deu duro inicialmente como arrumadeira antes de se casar com o comerciante português Manuel Bastos. Embora o marido não a deixasse trabalhar, ela ajudava a tocar um pequeno negócio familiar, a vendinha Novo Sumarezinho, que faceava a Avenida Pompeia. Foi esse ponto que deu origem ao boteco Pé pra Fora, já que os quitutes que a anfitriã servia na mercearia faziam um baita sucesso.

A família passou o ponto e se mudou em 1996 para a Vila Romana. Em um imóvel de esquina ao estilo galpão, o clã montou o Dona Felicidade, misto de boteco e restaurante. Desde o princípio, a matriarca era ajudada por dois dos cinco filhos, Toninho (Antonio Carlos) e Sergio, que atualmente comandam a casa e tocam também o bar Tiro Liro.

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Fachada de bar
Fachada do Dona Felicidade: em esquina da Vila Romana (Dona Felicidade/Divulgação)

Por muito tempo, Felicidade tomou conta do salão e supervisionou a cozinha, de onde saem até hoje receitas como a saborosa feijoada e a picanha ao alho. As sobremesas, fez questão por muito tempo de preparar. Uma delas, que ainda pode ser pedida, é o manezinho araújo, um doce com banana, creme e merengue.

Felicidade não frequentava mais tanto seu bar nos últimos anos. Nas poucas vezes que aparecia, era uma festa que só. Se mostravam raros os clientes que não se levantavam para cumprimentá-la ou tirar uma selfie com a proprietária, falante e sorridente.

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Felicidade Bastos deixa cinco filhos, sete netos e uma bisneta. O velório será realizado no Cemitério de Congonhas na quinta (23), entre 8h e 14h.

Para ficar por dentro do universo dos bares e da gastronomia, siga @sauloyassuda no Instagram e no Twitter.

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