Festival Verão sem Censura: atrações polêmicas na cidade
São mais de 45 atividades abertas e gratuitas — entre elas, peças, filmes, debates, shows, exposições e performances

Foi batizado de Verão sem Censura o festival, promovido pela Secretaria Municipal de Cultura, formado por produções que encontraram obstáculos para exibição ou se consideraram alvo de proibições no último ano. São mais de 45 atividades abertas e gratuitas — entre elas, peças, filmes, debates, shows, exposições e performances.
O espetáculo Abrazo, da companhia Clowns de Shakespeare, ocupa a Sala Paissandu do Centro Cultural Olido entre sexta (17) e domingo (19), às 18h. A peça teve temporada cancelada no Recife, sem explicações da Caixa Cultural, minutos antes da segunda sessão. No mesmo complexo e em dias idênticos, porém na Sala Olido, às 21h, o ótimo drama Gritos, da Cia. Dos à Deux, ganha chance de ser revisto pelos paulistanos. A peça, que enfoca, entre outros personagens, um travesti dedicado a cuidar da mãe, despertou suspeitas de censura por ter a temporada suspensa em Brasília.
Produção do grupo A Motosserra Perfumada, Res Pública 2023 foi rejeitada pela curadoria da Funarte e será encenada na quarta (22) e quinta (23) no Centro Cultural da Juventude. Também integram a grade Caranguejo Overdrive, Navalha na Carne Negra e Roda Viva, espetáculo do Teatro Oficina, que encerra o evento no Teatro Municipal, no dia 31.
Confira a programação completa:
17/1 – 20h: Arnaldo Antunes
18/1 – 21h30: conversa com a Déborah Secco e Raquel Pacheco, seguida de exibição do filme Bruna Surfistinha
0h: Daspu – desfile de abertura
0h30: Desculpa Qualquer Coisa, com performance das Maravilhosas Corpo de Baile
30/1 – 22h: Pussy Riot com participação de Linn da Quebrada
17 a 19/1: Caranguejo Overdrive – Aquela Cia de Teatro
19/1: A Vida Invisível – Sala Lima Barreto
17 a 31/1: exposição com cartazes de filmes censurados
18/1 – Circuito Spcine
16h: Sessão de curtas LGBT: Vando Vulgo Vendita, O Órfão, Preciso Dizer que te Amo, Reforma, Tea for Two, Swinguerra
19 /01 – Circuito Spcine
15h: Corpo Elétrico
17h: Sessão de médias: Verona, Nova Dubai
19h: Bixa Travesty
17/1 a 31/1: Banidos: obras censuradas no decorrer de três séculos fazem parte dessa exposição do acervo de raridades da Biblioteca Mário de Andrade. Entre elas estão Comedia Eufrosina, de Jorge Ferreira de Vasconcellos, peça do Século XVI, e Capitães da Areia, romance de Jorge Amado, incinerado em praça pública pelo Estado Novo, em 1937.
17/1, 19h: bate-papo vai reunir os escritores Ignácio de Loyola Brandão e Laura Mattos. Moderação de Maria Fernanda Rodrigues
18 e 19/1 – 19h: O Caderno Rosa de Lori Lamby: Iara Jamra protagoniza peça baseada na obra homônima de Hilda Hilst. Direção de Bete Coelho.
21/1 – 19h: Cabaré da Fossa: leitura homoerótica que inclui também canções e cenas de filmes a cargo de Caetano Romão, Ismar Tirelli Neto, Ricardo Domeneck e Horácio Costa.
19h: Uma aula sobre 1984: a historiadora e antropóloga Lilia Schwarcz fala sobre o romance distópico de George Orwell.
23/1 – 19h: Erotismo Censurado: aula da filósofa Eliane Robert Moraes sobre autores e livros considerados malditos. Trechos escolhidos serão lidos pela atriz Helena Ignez.
24 a 26/1 – 19h: Navalha na Carne Negra
25/1 – 10h/13h e 14h/17h: oficina de poesia sem censura, com Angélica Freitas.
28/1 – 19h: Proibidas: a revista literária Puñado, editada por um coletivo de mulheres, vai fazer um clube de leitura especial, com trechos de autoras latino-americanas brancas e negras que foram censuradas, proibidas ou sofreram resistência, seja pelo teor político, seja pelo teor moral. Com Laura Del Rey e Raquel Dommarco Pedrão, organizadoras da Puñado, e as convidadas Hailey Kaas, Jéssica Balbino, Luciana Bento e Vanessa Ferrari.
29/1 – 19h: Marighella: diálogo que reúne o escritor e jornalista Mário Magalhães e Maria Marighella, sua neta do personagem da história política brasileira, que está à frente do relançamento de volume de escritos, Chamamento ao povo brasileiro. Moderação de Rodrigo Casarin.
30/1 – 19h: Mulheres nos Anos de Chumbo: as romancistas Claudia Lage e Maria Valéria Rezende e a historiadora Maria Claudia Badan Ribeiro conversam sobre a escrita ficcional e historiográfica que reconstitui a atuação feminina. Participação de Adelaide Ivánova, que apresentará duas performances. Mediação de Robson Viturino.
30 e 31/1 – 19h: Calabar, O Elogio da Traição: leitura dramática, dirigida por Roberto Ascar, da peça de Chico Buarque e Ruy Guerra que recupera a figura de Domingos Fernandes Calabar.
17 a 19/01, 18h – Abrazo, peça do Grupo Clowns de Shakespeare, na Sala Paissandu.
17 a 19/1, 21h – Gritos, peça da Cia Dos à Deux, na Sala Olido.
Centro Cultural da Diversidade
18 e 19/1, 21h – A Mulher Monstro – S.E.M. Cia de Teatro
25/1, 21h, e 26/1, 19h: Sombra – Teatro da Pomba Gira
18/1, 20h, e 19/1, 19h. O Crime da Cabra – Cia do Sal
29 e 30/1. Lembro Todo Dia de Você – Núcleo Experimental
18 e 19/1, 15h: Blitz, O Império que Nunca Dorme – Trupe Olho da Rua
25 e 26/1, 20h: Quando Quebra Queima – Coletiva Ocupação
17 e 18/1, 20h: Domínio Público
22 e 23/1, 20h: Res Pública 2023 – Grupo A Motosserra Perfumada
Centro de Culturas Negras
25 e 26/1, 16h: Macacos – Cia do Sal
31/1, 23h: Cortejo com a Espetacular Charanga do França, festa com Tarado Ni Você e Minhoqueens
17/1 – 23h: Rennan da Penha (Sacada)
29/1, 20h: Divinas Divas
31/1, 19h: Roda Viva, seguida de cortejo com a Espetacular Charanga do França