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Mariana Barros - Morar em SP

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Minibiografia de edifícios: Esther

Ele foi um dos primeiros prédios da cidade e, junto com o edifício Martinelli, responsável pelo começo da verticalização paulistana. Foi também pioneiro no uso misto, ou seja, a combinação de unidades residenciais e comerciais na mesma torre.  Janelas corridas, pilotis, plantas adaptáveis ao gosto do freguês e terraço-jardim fazem dele um marco modernista. Projetado […]

Por admin
Atualizado em 27 fev 2017, 11h48 - Publicado em 28 nov 2012, 15h31
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O Esther (à esq), na década de 40, com jardim na cobertura (Foto: Reprodução)

Ele foi um dos primeiros prédios da cidade e, junto com o edifício Martinelli, responsável pelo começo da verticalização paulistana. Foi também pioneiro no uso misto, ou seja, a combinação de unidades residenciais e comerciais na mesma torre.  Janelas corridas, pilotis, plantas adaptáveis ao gosto do freguês e terraço-jardim fazem dele um marco modernista. Projetado por Vital Brazil e Adhemar Marinho, o Esther foi construído entre 1936 e 1938 a pedido da família Nogueira, dona da Usina de Açúcar Esther, para servir como sede da empresa. Os usineiros queriam um conjunto capaz de oferecer salas comerciais de diferentes dimensões, e assim abrigar vários tipos de profissional, andares exclusivos para os escritórios da empresa e, na metade superior, amplos apartamentos, bastante descolados para os padrões da época. Apostando na variedade de inquilinos, eles esperavam garantir a receita de aluguéis necessária para bancar os custos mensais do prédio. Deu certo.

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O edifício Esther atualmente, um ano após a reforma da fachada . Bombonière no térreo frequentada pelos usuários da estação República do metrô (Foto: Mariana Barros)

Os conjuntos comerciais passaram a ser frequentados por advogados, contadores e engenheiros e as residências, disputadas por boêmios, artistas e intelectuais. Na cobertura, vivia o  colunista social e escritor Marcelino de Carvalho, cujos livros de etiqueta eram uma bíblia das famílias grã-finas. As famosas festas em seu apartamento reuniam boa parte da alta sociedade e das celebridades da época. Foi o período áureo do Esther. Sua decadência veio a partir de 1962, quando os usineiros venderam o imóvel a alguns de seus inquilinos e instalaram a sede da empresa no interior do estado. O edifício entrou em declínio. Nos anos 80, a situação era tão calamitosa que havia gente morando nos corredores. O Esther havia se transformado em um enorme cortiço. Foi tombado nos anos 90, mas muitos de seus espaços já estavam descaracterizados. De qualquer forma, foi a partir do tombamento que a situação começou a melhorar.

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Hoje, ele abriga alguns pequenos escritórios (muitos de contabilidade), um restaurante por quilo para 150 pessoas no 2º andar e até mesmo uma mesquita muçulmana, frequentada por imigrantes africanos, no 10º andar. Há ainda ao menos três escritórios de arquitetura, entre eles o GrupoSP, liderado por Alvaro Puntoni, autor de projetos premiados como a sede nacional do Sebrae em Brasília e um edifício residencial na Rua Simpatia, na Vila Madalena.

O edifício Esther fica na Praça da República, na esquina da Avenida Ipiranga com a 7 de Abril, bem pertinho da estação República do metrô. Vale a pena fazer uma visita para imaginar como ele era nos tempos de esplendor. O saguão e as escadarias ajudam a dar uma ideia.

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