Rua Visconde de Parnaíba, na Mooca, abrigava bonde até 2009
Carro tinha design clássico com número 28 e levava passageiros entre o Museu da Imigração e a estação Bresser; com inversão de sentido, ficou inviável
![rua visconde de parnaiba, com linhas de bonde no asfalto da rua e carros estacionados ao longo da via](https://gutenberg.vejasp.abril.com.br/wp-content/uploads/2021/10/bonde-38-rua-visconde-de-parnaiba-museu-da-imigracao-funcionava-ate-2009-destaque.jpg?quality=70&strip=info&w=680&h=453&crop=1)
A Rua Visconde de Parnaíba, que começa no Brás, passa pela Mooca e termina no Belenzinho, possui em seu carcomido asfalto um conjunto de trilhos que remete a um passado não muito distante. Até 2011, o caminho era usado por um bonde, de prefixo 38, que servia aos visitantes do Museu da Imigração, na mesma via, até a estação Bresser.
![bonde-38-rua-visconde-de-parnaíba-museu-da-imigração-funcionava-até-2009 bonde andando na rua visconde de parnaiba levando passageiros e com o número 38 na lataria](https://gutenberg.vejasp.abril.com.br/wp-content/uploads/2021/10/bonde-38-rua-visconde-de-parnaiba-museu-da-imigracao-funcionava-ate-2009.jpg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
Montado em Santos pela fábrica escocesa Hurst, Nelson and Company Ltd, em 1912, o veículo começou a ser utilizado no pedaço, em 1998, como uma extensão do memorial, reinaugurado naquele ano. Na ocasião, o então governador, Mário Covas, fez um passeio no veículo, que tinha capacidade para transportar 42 pessoas e era a alegria da criançada. O percurso, de 500 metros, deixou de ser viável depois que a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) mudou a mão de direção da rua, em 2009. Sem poder andar na contramão, o bonde foi abandonado e sofreu com furtos, depredações, deterioração pelo tempo e com sucessivas enchentes. Antes de servir aos visitantes do espaço cultural, o velho bonde carregou passageiros “de verdade” em longos trajetos em Santos, entre 1912 e 1971. Há dez anos o veículo retornou à cidade litorânea e à Associação Brasileira de Preservação Ferroviária, sua proprietária.
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Publicado em VEJA São Paulo de 3 de novembro de 2021, edição nº 2762