Quinze revistas em quadrinhos que não existem mais
Relembre alguns gibis que foram tirados de circulação nos últimos cinquenta anos
O mercado de quadrinhos brasileiro é muito volátil. Revistas que estão fazendo o maior sucesso num dia podem ser retiradas de circulação logo depois por falta de vendas. Assim, nos últimos cinquenta anos, literalmente milhares de revistas em quadrinhos apareceram e sumiram, seja num curto período de tempo, ou depois de anos e anos de sucesso absoluto. Veja aqui alguns exemplos.
• Dico, o Artilheiro
O personagem foi criado pelo argentino José Luís Salinas sob encomenda da King Features Syndicate dos Estados Unidos para ajudar a tornar o futebol um esporte mais popular naquele país. O gibi chegou ao Brasil em 1975 pela RGE. A revista trazia, além dos quadrinhos, reportagens sobre futebol e adesivos para jogos de botão. Foi um grande sucesso e foi editada até 1980, com dezessete números lançados.
• Audax
Publicada entre 1977 e 1978 pela Abril, por onze números a revista trouxe o melhor dos quadrinhos para adultos, entre espionagem, faroeste e suspense. Algumas edições também traziam matérias sobre programas de TV, além dos quadrinhos.
• Superman Bi
Não se trata da orientação sexual do Superman, e sim de uma revista bimestral que a EBAL editou nos anos 60 e 70. Os gibis regulares vendiam tanto que a EBAL apostou nesta edição mais caprichada lançada a cada dois meses, a partir de 1965. Durou doze anos e 73 edições, sendo os primeiros números em preto e branco. De 77 a 79 foi impressa uma segunda fase da revista, com mais dezesseis edições.
• Jornada nas Estrelas
A grande série de TV também teve quadrinhos lançados algumas vezes no Brasil. A principal foi a primeira, pela EBAL, em 1971, em formato americano e com histórias em preto e branco. Essa versão durou dezesseis edições. Depois, a Abril lançou em 1975 um novo gibi, em formatinho, totalmente colorido, e que durou seis edições.
• Chiclete Com Banana
Muito influente nos anos 80, a revista comandada por Angeli trazia o melhor dos quadrinhos nacionais, com convidados como Laerte, Glauco e Luiz Gê. Durou 26 números entre 1985 e 1991, e alguns especiais foram lançados depois.
• Kripta
Os quadrinhos de terror faziam bastante sucesso nos anos 70 e 80, e esta revista é a melhor representante do gênero. Trazia histórias de autores consagrados, como Frank Miller e José Ortiz, entre muitos outros. Era publicada pela RGE e durou sessenta edições entre 1976 e 1981.
• Almanaque Disney
Uma revista que reunia diversos personagens Disney numa mesma edição só poderia fazer muito sucesso. Além dos mais consagrados, que tinham suas próprias revistas, como Donald e Tio Patinhas, o Almanaque trazia histórias do Zorro, Havita, Lobão, entre outros, e também diversas adaptações em quadrinhos de filmes da Disney. O primeiro número foi lançado em 1970, e a publicação foi interrompida em 2005, 372 edições depois.
• Akira
Aproveitando a onda de quadrinhos adultos iniciada depois da publicação de Batman Cavaleiro das Trevas de Frank Miller, foram colocados no mercado os cultuados mangás de Akira. A série durou de 1990 a 1998 e 38 volumes foram publicados.
• Mortadelo e Salaminho
Os espiões da T.I.A. já foram lançados no Brasil em diversas oportunidades. De 1969 a 1978 saíram 28 álbuns de luxo, com uma história completa em cada, pela Cedibra. Mas a revista em quadrinhos com periodicidade regular esteve disponível entre 1974 e 1983, em 91 números mensais, pela Rio Gráfica Editora.
• Os Trapalhões
Didi, Dedé, Mussum e Zacarias estiveram em duas publicações regulares em quadrinhos, fora os especiais. Pela Bloch Editores, de 1976 a 1986, em 84 edições, que mesclavam histórias desenhadas com fotonovelas dos filmes do quarteto, e de 1988 a 1993 foram lançados 77 números pela Editora Abril, somente com histórias desenhadas.
• Heróis da TV
A Editora Abril lançou por dezoito anos uma revista em quadrinhos com o título de Heróis da TV, que foram divididas em três séries. A primeira, lançada em 1975, teve 32 edições e reunia diversos personagens dos desenhos Hanna-Barbera. Em cada número, histórias com uma gama gigantesca de desenhos muito conhecidos das crianças, como os heróis Space Ghost, Homem Pássaro, Mightor, Herculóides, e também desenhos menos heroicos, como A Família Addams, Corrida Maluca e Scooby Doo. Na segunda fase, foram os heróis Marvel, como Thor, Homem de Ferro e Capitão América. Durou 112 edições, de 1979 a 1988. Na terceira fase, a revista mostrou os heróis japoneses, como Maskman e Black Kamen Rider, de 1992 a 1993 em 21 edições.
• Os Biônicos
As séries de TV O Homem de Seis Milhões de Dólares e A Mulher Biônica também renderam boas histórias em quadrinhos, editadas pela EBAL em 1979. Apesar de durarem somente seis edições, as revistas foram um sucesso enorme porque as séries estavam em alta naquela época.
• Peninha
O desmiolado primo do Donald ganhou sua própria revista em 1982, mas não teve fôlego pra se sustentar por muito tempo. Em 84, depois de 56 números, a revista foi cancelada, mas voltou em uma nova fase de 2004 a 2006, em outras dezenove edições.
• Akim
Uma espécie de Tarzan, Akim é um rapaz criado por macacos e que pode falar com os animais. O tom das estórias, no entanto, é mais ecológico e com uma dose de humor. Foi publicado pela Editora Noblet e esteve em circulação entre 1971 e 1991. Foram editados 197 números.
• Senninha
Nosso herói das pistas também ganhou sua versão em quadrinhos. Entre 1994 e 1999, a Editora Abril lançou 99 números mensais da revista. Depois disso, mais seis volumes foram lançados pela Editora Brainstore, e em 2008, a HQ Maniacs lançou mais oito revistas.