Fotos evidenciam semelhanças visuais entre a gripe espanhola e a Covid-19
Mesmo com 100 anos de diferença, as duas crises sanitárias produziram imagens parecidas: máscaras, estado de alerta e muitos doentes
Já virou uma cena comum ver pessoas de máscaras devido à pandemia da Covid-19. Segundo levantamento da Universidade Johns Hopkins, mais de 1,2 milhão de pessoas no mundo morreram em decorrência da doença até agora. Na Europa, apesar da diminuição de casos, uma segunda onda começa a emergir forçando países como Alemanha e França a instaurarem lockdown parcial.
No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, mais de 160 000 pessoas foram vítimas fatais da Covid-19 e 5,5 milhões de pessoas já se contaminaram com o vírus.
A situação não é, de todo, inédita. A gripe espanhola, presente entre 1918 e 1920, teve consequências seríssimas para a sociedade humana, causando milhões de mortes. Bob Ahern, diretor do arquivo da Getty Images, enxerga semelhanças entre as duas situações, principalmente em aspectos visuais, apesar dos 100 anos de diferença.
“A linguagem visual da pandemia Covid-19 é nova para a maioria das pessoas que vivem no mundo nos dias de hoje: pessoas usando máscaras, cidades abrindo hospitais recém-construídos e a sociedade em agitação por um novo vírus misterioso. Mas essas cenas são na verdade muito semelhantes à gripe de 1918, às vezes chamada de gripe espanhola, que ceifou mais de 50 milhões de vidas. A resposta dos EUA à crise de saúde pública foi prejudicada quando o vírus se espalhou em um centro de treinamento de soldados no Kansas, mas com quase um terço dos médicos estacionados no exterior durante a Primeira Guerra Mundial, a equipe médica foi incapaz de cuidar adequadamente dos pacientes doentes”, disse.
A pedido da Vejinha, a Getty Images fez uma curadoria de imagens da crise de 1918. Veja abaixo:
“Como você pode ver em uma das imagens, os fotógrafos documentaram voluntários fazendo máscaras para construir um senso de camaradagem entre os americanos e um sentimento de que ‘estavam todos juntos nisso’. Embora essas duas pandemias tenham uma distância de quase 100 anos e o mundo pareça drasticamente diferente hoje, é interessante ver que a iconografia e a linguagem visual de ambas são relativamente semelhantes.”