‘Seu Cavalcanti’ é tão carismático que dá vontade de fazer parte da família
Dirigido por Leonardo Lacca, o longa cruza documentário e ficção em um retrato familiar íntimo, com participações de Tânia Maria e Maeve Jinkings
 
							Tem um gosto especial quando um cineasta faz um filme sobre algo que lhe é profundamente familiar e íntimo. É o caso de Seu Cavalcanti, de Leonardo Lacca. O diretor dedicou seu segundo longa-metragem a seu avô, uma figura tão carismática e peculiar que dá vontade de fazer parte da família.
O longa, resultado de mais de 20 anos de filmagens, transita entre documentário e ficção. A narrativa acompanha o homem de mais de 90 anos que, após uma grande contrariedade, busca reconquistar independência e prestígio.
Em 2003, Lacca começou a filmar Seu Cavalcanti constantemente e o personagem não só se acostumou como virou parte ativa das gravações, brincando com a câmera. Mesmo após a morte, em 2016, a ausência seguiu como elemento fundamental da história.
A montagem organiza muito bem cerca de 60 horas de material em um fluxo livre, que revelam tanto a intimidade familiar quanto o artifício do cinema.
O projeto, iniciado de forma independente, ganhou força com a entrada dos produtores Emilie Lesclaux e Kleber Mendonça Filho (Cinemascópio Produções).
O elenco inclui participações especiais de Maeve Jinkings, em cenas improvisadas ao lado do avô do diretor, e da atriz potiguar Tânia Maria (Bacurau).
Mais do que uma homenagem familiar, o filme surge como um exemplo de como o cinema pode preservar, ressignificar e projetar a memória. “Seu Cavalcanti” não apenas reconstrói um personagem, mas questiona o papel das imagens na nossa relação com a vida e com o tempo.
 
                 
							 
							 
							 
							 
							 
							