‘Round 6’: 3ª temporada consagra série com final espetacular e imperdível
Saiba o que esperar da leva de episódios (sem spoilers), com novas dinâmicas do jogo mortal e perspectivas sobre a sociedade atual
Fenômeno da Netflix, Round 6 chega ao fim com um aproveitamento total de seu potencial de suspense na terceira temporada.
A série sul-coreana do jogo mortal, criada e dirigida por Hwang Dong-hyuk, sai da zona cinzenta da segunda temporada e concretiza as propostas de expansão do enredo com um tom mais dramático e épico. Sem algo muito claro a dizer, havia espaço para possibilidade.
A nova leva tem uma perspectiva incisiva sobre a sociedade atual e um desenvolvimento chocante de acontecimentos.
Após a rebelião planejada por Gi-hun (Lee Jung Jae) não funcionar, ele terá que sobreviver em novas dinâmicas, como o pula-corda, ao lado dos colegas, enquanto do lado de fora o detetive Jun-ho (Wi Ha-joon) tenta encontrar a ilha do jogo para salvar os competidores.
Os personagens ganham complexidades. As mortes, incluindo suicídios, surpreendem. Há uma dedicação maior para a apresentação dos soldados e seus esquemas, dos VIPs americanos — em uma observação certeira sobre imperialismo — e de temas da sociopolítica dos últimos anos.
Como em uma votação democrática, pessoas insistem na morte de outras pelo bem próprio. No entanto, esse bem é ilusório, uma engrenagem do capitalismo para criar falsos sensos de poder, status e felicidade (leia-se, dinheiro).
Um final com chave de ouro para a produção, com excelente direção, atuações e relevância atual.
NOTA: ★★★★☆
Publicado em VEJA São Paulo de 27 de junho de 2025, edição nº 2950