Filmes e Séries - Por Mattheus Goto
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Novo ‘Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado’ desperdiça potencial
Remake do clássico de 1997 deixa de lado personagens interessantes e busca apenas agradar o público fã
Na onda interminável de remakes e continuações de clássicos antigos, chega o novo Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado. No intuito de remontar a nostalgia do filme de Jim Gillespie, de 1997, o longa de Jennifer Kaytin Robinson estreia com altas expectativas e parece ter sido afetado pela pressão.
É uma produção que busca agradar o público, em especial os fãs, por diferentes motivos. Um deles é a presença de atores do elenco original, como Jennifer Love Hewitt (no papel de Julie) e Freddie Prinze Jr. (Ray).
Os dois surgem como mentores de um grupo de cinco amigos envolvidos em um acidente de carro fatal, na cidade de Southport. Eles decidem fugir e guardar segredo para não serem culpados do crime, mas pouco depois começam a ser perseguidos por um pescador, armado com um gancho, em busca de vingança.
Os jovens tentam sobreviver ao assassino e desvendar quem está por trás da máscara. Para isso, procuram respostas de um caso semelhante que aconteceu no passado, na mesma cidade, em 1997.
A podcaster desbocada e cheia de atitude Tyler (Gabbriette Bechtel), talvez a nova personagem mais interessante, tem apenas uma função protocolar de levar os jovens desorientados aos locais do crime no passado e servir como presa fácil.
Ela seria uma grande adição à franquia, principalmente em comparação a tantos outros personagens sem sal. Os que se salvam, muito por causa do trabalho dos atores, são Ava (Chase Sui Wonders), Danica (Madelyn Cline) e Teddy (Tyriq Withers).
O ritmo da narrativa é truncado. A sensação é a de que houve um desalinhamento entre produtores, roteiristas e diretora, que não pôde colocar sua visão de maneira assertiva e firme.
Um fato revelado pela intérprete de Danica é que o elenco retornou ao set um mês antes da estreia para regravar o final da personagem, após exibições de teste com audiência. Por outro lado, dá para notar o comprometimento e repertório da direção, com cenas de assassinato impactantes.
NOTA: ★★★☆☆
Publicado em VEJA São Paulo de 25 de julho de 2025, edição nº 2954
