Bong Joon-ho diz que ‘Mickey 17’ é “coming-of-age com estrutura peculiar”
Confira trechos da entrevista exclusiva enviada a Vejinha

Após o sucesso absoluto de Parasita, Bong Joon-ho volta com um novo filme em inglês. Mickey 17 tira inspiração de livro do americano Edward Ashton para colocar Robert Pattinson em situações inusitadas. Confira abaixo uma entrevista com o diretor.

3 perguntas para Bong Joon-ho
O que chamou sua atenção no livro?
Fiquei fascinado pelo conceito de “impressão humana”, que é bem diferente de clonagem humana. É imprimir humanos como se fossem pedaços de papel. Dá para sentir a tragédia dessa condição. E também fiquei cativado pelo personagem do Mickey, que não é um super-herói, é esse homem comum passando por essa jornada maluca.
O que Robert Pattinson trouxe ao papel?
Muita criatividade, para dar nuances aos personagens. Foi principalmente com o Mickey 18 que o Rob levou para uma nova dimensão. Trouxe uma energia diferente, coisas que eu nunca imaginei. Ele improvisou diálogos peculiares. Deu vida ao 17 e estou muito grato pelo que fez com o 18.
Como você explora temas e preocupações sobre o ser humano no filme?
O principal conceito é o da impressão humana. A combinação dessas duas palavras já conta o que está acontecendo. É uma combinação que realmente não deveria existir. Ela destrói a dignidade humana por princípio. No filme, há personagens que tratam Mickey com respeito e outros que o veem apenas como um rato de laboratório. É um coming-of-age com uma estrutura bastante peculiar.
Publicado em VEJA São Paulo de 7 de março de 2025, edição nº 2934.