‘A Longa Marcha’ adapta obra de Stephen King sobre distopia à la ‘Round 6’
Francis Lawrence explora temas existenciais ao narrar prova de resistência que consiste em caminhar até não aguentar mais e só tem um vencedor
Após a Vida de Chuck, mais uma adaptação de Stephen King chega às telonas, mostrando a aptidão dramática do escritor norte-americano. Com direção de Francis Lawrence, A Longa Marcha tem fortes atributos de terror e ficção científica, mas as perspectivas filosóficas sobre a vida se sobressaem.
Em um mundo à la Round 6 (2021), jovens garotos se voluntariam para uma prova de resistência televisionada, que atrai milhares de espectadores e consiste em caminhar até não aguentar mais. Apenas um sobrevivente será o vencedor e levará para casa uma fortuna. Os outros são mortos a tiros ao desistir ou infringir as regras.
O protagonista Ray (Cooper Hoffman) deixa a mãe preocupada ao aceitar entrar na competição, mas promete voltar daqui alguns dias. Lá, conhece Peter (David Jonsson) e os dois logo formam uma grande amizade que se carregará e solidificará em centenas de milhas percorridas. Juntos, pensam sobre a preciosidade do tempo e a insignificância do dinheiro perante a felicidade.
A obra aborda os temas sociais e existenciais com sucesso, graças ao roteiro, mas poderia se dedicar mais à imersão na direção e fotografia. Seria interessante, por exemplo, ver imagens de câmeras de televisão como se o espectador também estivesse assistindo à prova ou pelo menos explorar outros ângulos e até recursos gráficos como mapas para retratar essa corrida e não deixar tão repetitivo.
Por outro lado, os efeitos visuais nas cenas de assassinato são chocantes de tão realistas.
NOTA: ★★★☆☆