Novo Pânico acerta na atualização da franquia de terror
Filme consegue brincar com o próprio legado sem perder a essência; produção já está em cartaz nos cinemas
✪✪✪ Pânico, quinto capítulo da franquia de horror criada por Wes Craven (morto em 2015), está em cartaz nos cinemas. Com direção de Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett, o longa se passa 25 anos após uma série de assassinatos brutais chocar a tranquila cidade fictícia de Woodsboro.
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Tendo como base o universo já conhecido pelos fãs e destacando o retorno de personagens icônicos como Sidney Prescott (Neve Campbell), Dewey Riley (David Arquette) e Gale Weathers (Courtney Cox), sobreviventes dos ataques, a produção brinca com o próprio legado ao mesmo tempo que não deixa pontas soltas.
O roteiro aborda — entre uma cena com mortes violentas e outra — o peso que o filme original, de 1996, possui até hoje no gênero slasher (estilo que sempre envolve psicopatas) e, de forma surpreendente, na própria ficção. Como isso é feito? Assim como a personagem Gale escreveu sobre os traumáticos eventos que viveu ao longo dos anos, os jovens que cresceram ouvindo as histórias da figura de Ghostface também demonstram curiosidade acerca do tema.
É dessa forma que, em tempos de redes sociais, um novo assassino se apropria da máscara e da macabra identidade para começar a perseguir um grupo de adolescentes. A protagonista Sam Carpenter (Melissa Barrera), dona de um passado sombrio, é o novo alvo da vez e precisa encontrar uma forma de deter o(a) assassino(a), além de salvar a irmã Tara (Jenna Ortega) da ameaça.
Com boas surpresas e sequências de embrulhar o estômago, Pânico encontra um meio-termo que não chega nem perto de invalidar sua essência tradicional e, o mais importante, faz com que o formato de terror não soe ultrapassado em 2022.
Os diretores e os roteiristas James Vanderbilt e Guy Busick modernizam os conceitos de forma bem embasada e equilibram o uso das infinitas referências próprias com a apresentação de novos personagens. Há, ainda, pequenas homenagens ao terror ao longo da projeção — como no sobrenome de Sam, que remete ao diretor John Carpenter e seu Halloween.
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Publicado em VEJA São Paulo de 19 de janeiro de 2022, edição nº 2772