Arte plural: 6 filmes que demonstram a força do cinema brasileiro
De O Pagador de Promessas a Menino e o Mundo, relembre títulos que marcaram a trajetória do nosso cinema
No domingo 19 de junho, comemora-se o Dia do Cinema Brasileiro. A data é especial porque remete àquela que teria sido a primeira ocasião em que o cineasta Afonso Segreto registrou as primeiras imagens em movimento no Brasil. Isso aconteceu em 1898, na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro.
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De lá para cá, a Sétima Arte se reinventou diversas vezes. Do documentário às produções comerciais, da chanchada à pós-retomada, do Cinema Novo a obras experimentais, o audiovisual nacional é a representação exata de diferentes momentos históricos e, também, parte da memória coletiva de uma nação.
Vários títulos já foram consagrados em festivais internacionais (como Cannes e Berlim) e outros conquistaram recordes nacionais de bilheteria: Minha Mãe É uma Peça 3 (2019), com o finado ator Paulo Gustavo, recebeu mais de 143,9 milhões reais, enquanto o clássico Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976) levou ao cinema quase 11 milhões de espectadores.
Confira mais seis produções de diversas épocas e gêneros que fizeram história nessa longa (e bonita) trajetória.
DESERTO PARTICULAR
A bela história de ficção foi lançada em 2021 e é dirigida por Aly Muritiba. Na trama, o espectador acompanha Daniel (Antonio Saboia), policial afastado do trabalho depois de cometer um grave erro. Ele mora em Curitiba e cuida de seu pai doente. O único motivo de alegria do protagonista é a misteriosa Sara, que mora no sertão da Bahia, com quem Daniel se corresponde pelo celular. O desaparecimento súbito de Sara faz com que ele resolva cruzar o país em busca de seu amor. Na HBO Max.
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CENTRAL DO BRASIL
Além de ser um dos filmes brasileiros mais elogiados de todos os tempos e mostrar um cenário humanizado do país, Central do Brasil ajudou a reposicionar o Brasil no mercado internacional. Venceu o prêmio máximo do Festival de Berlim (Urso de Ouro), o Globo de Ouro de filme estrangeiro e foi indicado a dois Oscar: melhor filme estrangeiro e melhor atriz. No Globoplay.
O PAGADOR DE PROMESSAS
O filme de Anselmo Duarte é, até hoje, o único título brasileiro que recebeu o prêmio máximo em Cannes. A história acompanha Zé do Burro, que fez uma promessa para que seu melhor amigo, o burro Nicolau, melhorasse de uma enfermidade. Globoplay.
7 PRISIONEIROS
A produção original Netflix recebeu dois prêmios em mostras paralelas no Festival de Veneza 2021 e apresenta o triste contexto das relações trabalhistas análogas à escravidão no Brasil, com foco na cidade de São Paulo. O longa traz Rodrigo Santoro e Christian Malheiros no elenco, além de ser produzido por Fernando Meirelles.
BACURAU
Dirigido por Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, Bacurau fez uma bela trajetória desde a estreia e esteve presente em festivais prestigiados, como o NYFF (Festival de Nova York), o Festival de Cinema de Munique e o de Montreal. Mas foi em Cannes que a produção estrelada por Sonia Braga, Silvero Pereira e outros grandes nomes se destacou mais. Na França, a produção de ação e mistério que se passa em um lugar afastado em Pernambuco concorreu à Palma de Ouro e venceu o Prêmio do Júri. Disponível no Telecine e Globoplay.
O MENINO E O MUNDO
Esta adorável animação marcou a única vez em que o Brasil foi indicado ao Oscar de melhor animação (até agora). Na trama, Cuca vive em um mundo distante, numa pequena aldeia. Sofrendo com a ausência do pai, o corajoso garoto sai mundo afora à sua procura. Mas, durante a jornada que deveria ser cheia de descobertas boas, o protagonista encontra uma sociedade marcada pela pobreza e pela falta de perspectivas. No Disney+.
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Publicado em VEJA São Paulo de 22 de junho de 2022, edição nº 2794