‘Agente Oculto’: elenco estelar e orçamento recorde não salvam enredo simplista
Produção de maior orçamento da história da Netflix é decepção surpreendente dirigida pelos talentosos irmãos Joe e Anthony Russo
✪✪ A maior aposta da história da Netflix chegou à plataforma neste mês: Agente Oculto, com orçamento recorde de mais de 200 milhões de dólares, reúne um elenco estelar, com Ryan Gosling (Blade Runner 2049) e Chris Evans (Entre Facas e Segredos) nos papéis principais, e uma dupla de diretores que também é sinônimo de bilheteria: os irmãos Joe e Anthony Russo (Vingadores: Ultimato).
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Na trama, o presidiário Courtland Gentry (Gosling) se torna o agente fantasma Sierra Seis ao ser recrutado para colaborar com a CIA. O conflito se estabelece a partir do momento em que ele descobre segredos da organização e passa a ser alvo de uma perseguição liderada pelo mercenário Lloyd Hansen (Evans).
A superprodução tinha muito mais do que o necessário para emplacar o início de uma boa franquia de ação. Porém ela comprova que dinheiro não resolve tudo: o resultado é decepcionante. Nem as longas cenas repletas de socos e metralhadoras entregam o entretenimento esperado do gênero, pois contam com uma quantidade excessiva de cortes que atrapalha a apreciação dos efeitos especiais milionários.
E a união talentosa de atores e atrizes, que conta ainda com nomes como Ana de Armas, Regé-Jean Page, Jessica Henwick, Billy Bob Thornton e até o brasileiro Wagner Moura, é desperdiçada com um roteiro simplista que não consegue envolver o espectador — um feito surpreendente para os diretores que assinaram alguns dos melhores filmes do universo cinematográfico da Marvel, como ‘Capitão América 2: o Soldado Invernal’ e ‘Vingadores: Guerra Infinita’.
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Publicado em VEJA São Paulo de 3 de agosto de 2022, edição nº 2800