“As Idades do Amor”
Por Miguel Barbieri Jr. O diretor Giovanni Veronesi pode ser considerado uma espécie de Daniel Filho da Itália. Se o brasileiro encontrou a fórmula do sucesso na popular cinessérie “Se Eu Fosse Você”, o toscano anda pela mesma trilha com “Manual do Amor”. O primeiro longa-metragem foi lançado por aqui em 2006 e, ruim de […]
Por Miguel Barbieri Jr.
O diretor Giovanni Veronesi pode ser considerado uma espécie de Daniel Filho da Itália. Se o brasileiro encontrou a fórmula do sucesso na popular cinessérie “Se Eu Fosse Você”, o toscano anda pela mesma trilha com “Manual do Amor”. O primeiro longa-metragem foi lançado por aqui em 2006 e, ruim de bilheteria, fez o segundo ficar inédito. “As Idades do Amor” é o título brasileiro do terceiro filme. Embora não seja um nome ruim, a comédia romântica pende mais para os conflitos amorosos do que para um retrato da paixão nas várias etapas da vida. Como em quase todas as fitas divididas em episódios, há um desnível entre eles, e o mesmo ocorre aqui. Na mira da primeira história está um casal na faixa dos 30 anos. O advogado Roberto (Riccardo Scamarcio), apaixonado por sua noiva (Valeria Solarino) e de casamento marcado, faz uma viagem a trabalho à Toscana. Lá, seus sentimentos serão bagunçados ao conhecer a loira Micol (Laura Chiatti). Atirada e sensual, ela quer levá-lo para a cama. Na segunda trama, o sexagenário apresentador de TV Fabio (papel do comediante Carlo Verdone) garante fidelidade à mulher até o dia em que uma psiquiatra lhe dá uma cantada irresistível. Fechando o ciclo, Robert De Niro, atuando em eficiente italiano, vive um professor americano aposentado de volta a Roma. Entre suas poucas vontades, há os saudosos papos com o zelador interpretado por Michele Placido. Mas a chegada da bela quarentona Viola (Monica Bellucci), filha de seu amigo, o fará rever o futuro. O humor à moda italiana nem tenta camuflar o machismo. Vide o comportamento das três protagonistas: mentirosa, dissimulada ou psicopata bipolar, melhor não revelar qual delas apresenta-se posteriormente assim. Se o primeiro enredo ganha pontos pela transformação profissional do personagem de Riccardo Scamarcio, o segundo cai na armadilha dos clichês. Romance mesmo, daqueles à moda antiga, só no último capítulo. De Niro e Monica, com 21 anos de diferença e química surpreendente, formam um par improvável num conto de amor delicado e universal.
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AVALIAÇÃO ✪✪✪