Conheça as exposições que abrem a Temporada França-Brasil em SP
Programação começa nos Sescs Pompeia e Pinheiros e na Pinacoteca
A Temporada França-Brasil 2025 vai iniciar sua programação em São Paulo no próximo sábado (23). Ao todo, até dezembro, o programa vai promover 300 eventos em quinze cidades brasileiras, de todas as regiões do país, para celebrar os 200 anos de relações diplomáticas e amizade entre os dois países.
A programação inicia com a abertura de O Poder de Minhas Mãos, no Sesc Pompeia. A coletiva reúne obras de 25 mulheres artistas do Brasil, da França, de países do continente africano e da diáspora africana.
A exposição foi originalmente concebida e apresentada no Musée d’Art Moderne de Paris, em 2020. Para a versão brasileira, o Sesc convidou a curadora Aline Albuquerque, que integrou à mostra artistas residentes no Brasil, na Europa e no continente africano. Ela divide a curadoria com Odile Burluraux, do Museu de Arte Moderna de Paris, e com a angolana Suzana Sousa.
As obras abordam temas como ancestralidade, identidade, espiritualidade, corpo, afeto, relações de poder, trabalho e dinâmicas de exclusão e pertencimento. Estarão em cartaz nomes como as brasileiras Castiel Vitorino Brasileiro, Gê Viana e Lidia Lisbôa, além de artistas internacionais como Buhlebezwe Siwani, Gabrielle Goliath e Kapwani Kiwanga.
Outra artista em cartaz é a franco-brasileira Ana Pi, que também realiza a performance gratuita Atomic Joy na Pina Contemporânea, no sábado e no domingo (24), às 15h30, em que reúne oito jovens intérpretes oriundos das danças de rua da Grande Paris com uma coreografia.
No domingo, também como parte da Temporada França-Brasil 2025, o Sesc Pinheiros sedia PLAY – FITE: Bienal Têxtil de Clermont-Ferrand edição 2024-2025. A exposição chega ao Brasil após estreia, em 2024, no Museu Bargoin, em Clermont-Ferrand, na França. O evento é realizado desde 2012 com o objetivo de celebrar o inesperado e o extraordinário na criação têxtil e sua cadeia produtiva.
Com ênfase no uso de elementos têxteis como suporte para a pluralidade criativa, PLAY reúne mais de 40 trabalhos de artistas brasileiros e estrangeiros, selecionados a partir de uma curadoria coletiva que reúne dez profissionais: Christine Athenor, Simon Njami, Thomas Leveugle e Nolwenn Pichodo, da HS_Projects; Christine Bouilloc, do Musée D’Art Roger-Quilliot; Charlotte Croissant, do Musée Bargoin; e Juliana Braga de Mattos, Carolina Barmell e Fabiana Delboni, do Sesc São Paulo.
Há artistas de Austrália, Canadá, Estados Unidos, França, Marrocos, Holanda e Uzbequistão. Representando o Brasil, participam: Alexandre Heberte, Alex Flemming, Anna Mariah Comodos, Elen Braga, Felipe Barbosa, Gina Dinucci, Leda Catunda, Mestre Nato, Tales Frey e Ivan Cardoso, que apresenta seu curta metragem HO (1979), um documentário experimental com e sobre Hélio Oiticica.
Sesc Pompeia. Rua Clélia, 93, Água Branca. Ter a sex., 10h/21h. Sáb., dom. e feriado, 10h/18h. Grátis. Até 18/1/2026.
Sesc Pinheiros. Rua Paes Leme, 195, Pinheiros. Ter a sáb., 10h30/21h. Dom. e feriado, 10h30/18h. Grátis. Até 25/1/2026.
O que é a Temporada França-Brasil 2025
Essa é a segunda vez que o intercâmbio entre os governos brasileiro e francês acontece. Em 2005, aconteceu o Ano da França no Brasil e, em 2009, o Ano do Brasil na França.
Os eventos são frutos de intercâmbios e cooperações entre festivais, museus, teatros, universidades, empresas, ONGs, artistas, pensadores, pesquisadores, jovens e sociedades civis dos dois países com foco em 3 temas prioritários: democracia e globalização, diversidade e diálogo com a África e clima e transição ecológica.
A Temporada está coordenada pelo Institut Français e o Instituto Guimarães Rosa em estreita colaboração com as Embaixadas da França no Brasil e do Brasil na França, sob a autoridade dos ministérios das Relações Exteriores e da Cultura de ambos os países. Os comissários são Anne Louyot (programação no Brasil) e Emilio Kalil (programação na França).
“Nossa expectativa é mobilizar o público assim como foi feito em 2009 e em 2005, com o Ano do Brasil na França. Mas também temos o objetivo de incentivar a conexão entre instituições da sociedade civil e acelerar a cooperação bilateral. O papel dos diplomatas culturais é esse”, disse Louyot em entrevista à Vejinha em julho.