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“Esse mundo já se acabou várias vezes”, diz artista indígena

Jaider Esbell, que teve mostra interrompida, expõe obras no Instagram e fala sobre seu povo, os makuxis, e o confinamento

Por Tatiane de Assis Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
19 mar 2021, 06h00
Jaider Esbell em performance
Performance na Galeria Millan, em Pinheiros: a exposição foi interrompida, mas as obras podem ser conferidas no perfil do artista no Instagram (Renata Chebel/Divulgação)
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O que você busca alcançar com a fusão, que é uma operação recorrente em suas telas?

Tento convidar as pessoas a sentir as coisas de uma forma mais fluida. Dentro dessa perspectiva, um beija-flor pode se metamorfosear e alcançar qualquer forma. Trabalho a questão da transitividade de formas, elementos e conceitos.

Na tela Maikan e Tukui (2020), notamos diferentes texturas e cores. Elas fazem referência a elementos da cultura makuxi?

Sim, totalmente. Quanto às cores, é importante dizer que as trabalho não como uma ideia de hierarquia, mas numa perspectiva de escala, que vai desde tons mais esmaecidos até outros mais vibrantes, nos quais a luz se expande, estoura e aparece novamente.

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Obra “Makan e Tukui” (2020) (Felipe Berndt/Divulgação)

Para quem não conhece sua etnia, a makuxi, como você a definiria?

É um povo que está se deslocando no tempo. Temos uma ideia circular da existência.

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E como vocês têm sentido a pandemia?

A gente acredita que esse mundo já se acabou várias vezes. Essa não vai ser a primeira nem a última. Estamos passando mais uma vez por um ciclo. Conseguimos atravessar a colonização sem ser exterminados, diferentemente do que ocorreu com grupos menores. No nosso território, a Terra Indígena Raposa Serra do Sol, temos o Monte Roraima. Nele, tem um canal com o centro da Terra, onde há uma passagem para nos conectar com o novo ciclo e continuar nossa história.

O que é fundamental para vocês nesse novo ciclo?

Nossa cosmologia, nossa língua. E, essencialmente, nosso território.

Qual a importância das redes sociais para a circulação de obras de indígenas?

É muito importante, eu mesmo comecei postando meu trabalho no Facebook. Muita gente que não era indígena perguntava seu eu não tinha medo de roubarem minhas criações. Se roubarem, eu dizia, é porque são boas. Eu não tinha lugares onde mostrar, então tinha que colocá-las lá.

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Obra Motaato’ (Boca), da série Jenipapal (Felipe Berndt/Divulgação)

Que conselho você daria a jovens artistas das variadas etnias?

Tem de ter persistência, né? porque nada para eles vai ser fácil. Mas nem preciso falar isso, eles já sabem.

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> No Instagram: @jaider_esbell

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Publicado em VEJA São Paulo de 24 de março de 2021, edição nº 2730

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