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Blog do Lorençato

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O editor-sênior Arnaldo Lorençato é crítico de restaurantes há 30 anos. De 1992 para cá, fez mais de 15 000 avaliações. Também é autor do Cozinha do Lorençato, um podcast de gastronomia, e do Lorençato em Casa, programa de receitas em vídeo. O jornalista é professor-doutor e leciona na Universidade Presbiteriana Mackenzie
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Memória: Fuad Zegaib (1932-2022) é o criador da picanha na grelha

Fundador da churrascaria Dinho’s, originalmente Dinho’s Place, morreu em decorrência de complicações da Covid-19

Por Arnaldo Lorençato Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
2 dez 2022, 06h00

Em uma entrevista que fiz anos atrás com Fuad Namen Zegaib (1932-2022), fundador da churrascaria Dinho’s, ele reclamava para si a criação do corte de carne favorito entre muitos brasileiros: a picanha. Embora admitisse que era praticamente impossível provar essa paternidade, afirmou: “A picanha não era feita na grelha em são Paulo. Fui o primeiro a preparar dessa forma”. Até então, segundo ele, não havia comercialização nem industrialização dessa carne para churrasco, que fazia parte da alcatra, localizada na parte superior da peça e cheia de gordura. Com um importante legado para a gastronomia paulistana, o restaurateur morreu na terça (22), aos 89 anos, em decorrência de uma pneumonia causada por complicações da Covid-19.

Dono de porte atlético e 1,92 metro de altura, Fuad ganhou ainda na infância o apelido de Dinho, que emprestou ao restaurante. Aficionado por esportes, seu primeiro negócio foi a academia atlas em 1951 — muito antes da onda fitness que dominou o mundo.

A mudança de ramo veio três anos depois, quando abriu a lanchonete Simbad na movimentada Rua Augusta. Em 1957, inaugurava outro endereço na mesma via, o Longchamp, restaurante expresso que marcou época com pratos rápidos e muito sanduíches.

Depois de se desfazer das duas lanchonetes, ambas extintas, Zegaib montou, em 1958, o Dinho’s Place, no mesmo ponto onde permaneceu até janeiro de 2020. Nesse endereço da alameda santos, no Paraíso, foi anexando edificações vizinhas até ter uma área de 1 500 metros quadrados. Foi lá que ficou famoso pelos ótimos cortes de carne, em especial a picanha e variantes de contrafilé. também servia uma disputada feijoada e um bufê de saladas e outro de frutos do mar.

Como a construção viria abaixo para virar o prédio, mudou-se para dois imóveis vizinhos nos números 48 e 70 da Rua Professor Azevedo de Amaral, nos Jardins. Mas enfrentou problemas. Uma das unidades, a casa do 48, de propriedade do advogado José Marcelo Braga Nascimento, embora pronta e com um lindo salão, integra o condomínio do Edifício Dolores, que impediu o funcionamento. Só restou à portentosa churrascaria resumir-se ao salão que no passado pertenceu ao ótimo e extinto restaurante Brasil a Gosto. Antes de partir, Zegaib já havia passado o bastão para o filho Paulo Zegaib, hoje à frente do restaurante.

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Publicado em VEJA São Paulo de 7 de dezembro de 2022, edição nº 2818

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