Cuia Café mostra o Brasil antropofágico de Bel Coelho. Leia a crítica
A chef toca o restaurante integrado à livraria Megafauna, no térreo do Copan
![Em uma cumbuca de cerâmica marrom, pedaços de costela de porco ao lado de acelga, canjica e cogumelos.](https://gutenberg.vejasp.abril.com.br/wp-content/uploads/2021/08/Costelinha-de-porco-ao-molho-de-mel-com-canjiquinha-e-cogumelos_1.jpg?quality=70&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
Depois de fechar o Clandestino, na Vila Madalena, Bel Coelho está de volta. A chef assina o cardápio do Cuia Café, integrado à ótima livraria Megafauna, de Fernanda Diamant, no térreo do Copan, edifício cartão-postal de Oscar Niemeyer e Carlos Lemos.
Digo que Bel assina porque, mesmo quando a cozinheira não está por lá, uma equipe afinada consegue reproduzir com excelência os pratos criados por ela, como no dia da minha visita — são receitas nas mesas que se esparramam do salão para a calçada em frente ao restaurante. Bel mostra um Brasil contemporâneo de preparos com ingredientes orgânicos de pequenos produtores.
![Cuia Café Ambiente do Cuia Café, decorado com livros expostos acima do balcão e da cozinha](https://gutenberg.vejasp.abril.com.br/wp-content/uploads/2021/08/Ambiente_Fachada_4.jpg.jpg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
Em tempos que se aproximam das comemorações do centenário da Semana de Arte Moderna, em 2022, pode-se definir a culinária de Bel como antropofágica. Em muitas de suas preparações, misturam-se técnicas de vários países com precisão.
Vale lembrar que o sanduíche, criação de um inveterado jogador de cartas inglês de mesmo sobrenome, tem recheio de cogumelos grelhados e homus de pinhão, pasta de origem árabe tradicionalmente feita com grão-de-bico (R$ 31,00).
![Cuia Café Chef Bel Coelho na cozinha do Cuia Café.](https://gutenberg.vejasp.abril.com.br/wp-content/uploads/2021/08/bel-coelho-cuia-cafe.jpg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
No lugar de farinha de trigo para preparar o tempurá, a delicada fritura oriental, vai tapioca para empanar a lula e o molho para mergulhar os anéis sequinhos é um ponzu — normalmente de yuzu ou de uma mistura de laranja e limão — feito com caju. Custa R$ 39,00. Escoltam o peixe do dia a salada de feijão-manteiguinha, farinha d’água e molho de tucupi (R$ 65,00).
A costelinha de porco no melaço de cana, dourada e deliciosa, recebe a parceria de canjiquinha, cogumelos e acelga bok choy (R$ 68,00). Uma tradição da doçaria portuguesa, o toucinho do céu (R$ 30,00) passa longe da amêndoa. É feito com castanha de sapucaia, típica da Mata Atlântica e da Amazônia, e se complementa com creme aromatizado pela semente amazônica puxuri e laranja. São acertos que vão da entrada à sobremesa.
Cuia Café
Salão e retiradas: Avenida Ipiranga, 200, loja 48 (Edifício Copan), Centro. tel. 93100-7700. Delivery: Rappi.
Das 10h às 22h (domingo das 11h às 18h; fecha segunda)
Tem acessibilidade.
Instagram: @cuia_cafe.
Avaliação: ÓTIMO (✪✪✪✪)
Faixa de preço: $$ (de R$ 141,00 a R$ 210,00)
Confira o cardápio:
+ Assine a Vejinha a partir de 8,90 mensais
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