Vila Medí é projeto ousado, originalmente focado em pratos de países do Mediterrâneo
É possível escolher receitas das três operações da casa, como a ostra com sorbet de gochujang e o nhoque com camarão. Leia a crítica

Nome à frente do Vila Anália junto com outros três sócios, Guilherme Temperani expandiu seus domínios da Zona Leste para a Zona Sul.
Desde abril, está em funcionamento o Vila Medí, no qual ele tem como principal parceiro de negócio Fabio Coelho, dono do espaço de 1 000 metros quadrados onde funcionou a Casa Bossa, dedicada a eventos e festas no Shopping Cidade Jardim.
Como o projeto anterior, esse também é ousado e tem um investimento de 18 milhões de reais e, a princípio, a tentativa de reproduzir receitas de países do Mediterrâneo, em especial das costas italiana e grega, o que rendeu a Guilherme e Fabio a indicação a restaurateurs do ano na mais recente edição do COMER & BEBER.

O antes “vão livre” com vista para Marginal Pinheiros foi tomado por pequenos ambientes que não proporcionam um panorama de conjunto. É possível escolher pratos das três operações da casa como foi constatado em duas visitas, uma em julho antes do guia anual e outra nesta semana.
Do Cru Oyster Bar, chegam pedidas interessantes como a ostra coroada por sorbet de molho de pimenta gochujang (R$ 27,00), criação de Luigi Pauletto. As invenções nem sempre tem uma execução equilibrada.
O crudo de vieira vem com o molusco de textura perfeita mais palmito pupunha enrolado em alga coberto de ovas de salmão (R$ 135,00). Essa entrada, derrapa na emulsão de beurre noisette ao missô com um desagradável traço amargo. Não é só. O cardápio do Cru ampliou-se e atira até para os “mares do Japão” com receitas asiáticas.
Uma delas, o temaki de atum com ameixa umeboshi (R$ 49,00) para ser fechado pelo próprio cliente fica comprometido pela alga molengona.
O grego MII Mar, sob a direção do chef Enrique Matipo, tem boas esfirras abertas assadas na hora com coberturas como espinafre com pinhole ou carne (R$ 29,00).
De dois pratos provados de Matipo, alcança melhor resultado o nhoque salteado no azeite de salsinha picada com camarões miúdos tostados com tomatinhos (R$ 149,00).
O outro, embora servido com um molho de tomate com espinafre rico em sabor, compõe-se de uma dupla de lulas grelhadas tão insípidas quanto o cuscuz marroquino que as recheia (R$ 159,00).
Uma das sugestões do Temperani Amalfi, orientado por Antonio Maiolica, é o ótimo ravióli burro e bottarga, massa recheada de ricota com raspas de limão banhada em manteiga com ovas de tainha raladas (R$ 102,00).

Entre as sobremesas, a tarte medí, um pão de ló de chocolate com macarrão kadaif, creme de pistache e musse de chocolate, brilha. Pena que custe uma pequena fortuna: R$ 69,00.
Avaliação: BOM (✪✪✪)
Vila Medí
Shopping Cidade Jardim, telefone 3198-8169 (280 lugares). 12h/23h (sex. e sáb. até 0h; dom. até 21h). Rolha (R$ 120,00). Aberto em 2025. Tem acessibilidade. $$
Publicado em VEJA São Paulo de 26 de setembro de 2025, edição nº 2963.
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