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Blog do Lorençato

Por Arnaldo Lorençato Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
O editor-executivo Arnaldo Lorençato é crítico de restaurantes há mais de 30 anos. De 1992 para cá, fez mais de 16 000 avaliações. Também comanda o Cozinha do Lorençato, programa de entrevistas e receitas no YouTube. O jornalista é professor-doutor e leciona na Universidade Presbiteriana Mackenzie

Patrimônio Paulistano premia equipes de atendimento longevas da cidade

Cada vez mais raros, profissionais especializados na arte da gentileza motivaram a criação do troféu

Por Arnaldo Lorençato Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 13 set 2025, 13h07 - Publicado em 11 set 2025, 23h30
Homens sentados e em pé sorrindo em salão com mesas e cadeiras
Patrimônio paulistano: garçons, maîtres e gerentes do Jardim de Napoli na estreia do prêmio especial  (Romulo Fialdini/Veja SP)
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As visitas a restaurantes, bares e endereços de comidas são essenciais para abastecer o guia anual de novidades. Algumas nem tão novas assim: nunca saíram de baixo de nossos olhos, mas nunca as vimos. Foi num almoço tardio durante a semana no Jardim de Napoli, em Higienópolis, uma das trattorias mais amadas da cidade, que surgiu a ideia para esta matéria de capa.

Conversando com Carlos Porfírio de Lima, o Carlão, sobre os pins que ele mantém nas abas do blazer, a maioria deles oferecida por clientes, passei a olhar com cuidado para a casa, que tem equipe de atendimento longeva. Carlão está há 42 anos na cantina, a maior parte desse tempo como maître. Mas ele não é nem de longe o mais antigo de lá.

Filho de uma das cozinheiras do restaurante italiano, Leonor Scardovelli (1912-2013), Adolfo Scardovelli Neto, 77, começou aos 10 anos ajudando em pequenas tarefas na cozinha, como descascar alho ou enxugar talheres, quando o estabelecimento de 76 anos ainda ficava em seu primeiro endereço, na Rua Maria Paula, na Bela Vista. “Hoje atendo filhos e netos de clientes do início da minha carreira. Tive o prazer de ver a cantora Elizeth Cardoso autografar nosso livro de assinaturas”, conta emocionado.

Também tinha satisfação em atender o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, morador do bairro e frequentador assíduo das mesas do Jardim de Napoli.

Outros colaboradores de longa data são o subgerente Ailton Mella e o garçom Julival Fraga de Oliveira, que batem cartão juntos há 37 anos; Adão Barbosa empunha sua bandeja pelo salão faz 35; e o mais novinho, o maître e sommelier Adelmo Maximo da Silva, tem registro na carteira há 33 anos.

No Grupo Fasano, grife centenária que tem no portfólio restaurantes de luxo como os italianos Fasano, Gero e Trattoria, e os franceses Parigi e Bistrot Parigi — este, premiado como o melhor de sua categoria por VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER 2025/2026 —, a situação não é diferente.

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Uma das maiores escolas de cordialidade da cidade reúne colaboradores que já rodaram todas as casas. Se tem alguém que conhece a cor da gentileza é Ismael Martins, há 35 anos por lá e atual gerente do Fasano, no térreo do hotel de mesmo nome no Jardim Paulista.

Homens sorrindo em um salão com cadeiras e mesas
A equipe de ouro do Grupo Fasano reunida no Trattoria (Romulo Fialdini/Veja SP)

Quem dá expediente no mesmo endereço é o sommelier Manoel Beato. Como Ismael, ele está acostumado a atender clientes que abrem rótulos de preços estratosféricos, muitos dos quais apaixonados pelo tema, como o mestre da TV José Bonifácio de Oliveira, o Boni, e o cantor Ed Motta. “Entre as preciosidades que desarrolhei no Fasano ao longo desses anos estão dois Romanée-Conti, que um cliente levou na semana passada: um 1961 e um 1990, que era o céu”, revela o especialista em vinhos.

No comando do bar do restaurante, Thiago Gregório soma 24 anos por lá. Chef de bar do Baretto, também no Hotel Fasano, Walter Bolinha ouviu muitas histórias no balcão que comanda há 27 anos. Nadir Silva, 26 anos no grupo, tem como missão gerenciar e manter o clima de eterna festa no Gero Jardins, um endereço gastronômico para ver e ser visto.

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Com amabilidade, Antonio Aurimar, o Mazinho, há 23 anos atua como gerente do Trattoria, no Itaim Bibi. Trabalha diretamente com Adalto Bispo Rocha, maître da casa, que está há 35 anos na empresa. O recordista é Almir Paiva, que passou anos no comando do salão do Fasano e hoje gerencia o Parigi. São 43 anos de serviços prestados.

Numa outra região da cidade fica um endereço que teria completado 100 anos em 2024 nos cálculos do proprietário, Fabio Donato. É a Cantina e Pizzaria Castelões, conhecida apenas como Castelões. Lá, um único garçom fixo cuida do atendimento das mesas.

Na Castelões, o posto é ocupado por José Batista de Oliveira, mais conhecido como Damião, que também recebe aqui esta homenagem que continua na ativa mesmo aposentado. Claro que não são só esses três restaurantes que têm times longevos.

Homem segurando pizza e sorrindo
José Batista de Oliveira, o Damião, na Castelões (Romulo Fialdini/Veja SP)
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Mas, nesta estreia, VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER concede a Castelões, Fasano e Jardim de Napoli o prêmio Patrimônio Paulistano, por manterem profissionais de serviço por tanto tempo.

COMER & BEBER 2025/2026 é uma realização de VEJA SÃO PAULO com patrocínio master de BTG, patrocínio de JBS, 99Food e Prefeitura de São Paulo, apoio institucional do Governo de São Paulo, apoio de Tramontina Hospitality, Nespresso e Baden Baden e parceria de Salton.

Publicado em VEJA São Paulo de 12 de setembro de 2025, edição nº 2961.

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