Walcyr Carrasco orgulha-se dos números que ostentou em 2009. Sua novela, Caras & Bocas, chegará ao fim, em 8 de janeiro, com 232 capítulos — o folhetim mais extenso da Rede Globo desde a criação do Projac, em 1995. No ibope, os índices também são superlativos: a novela teve média de 38 pontos e chegou ao pico de 42, um feito para o horário das 7. Mas Carrasco não viveu só de novela nestes doze meses. Com fôlego de sete gatos aos 58 anos de idade, ainda escreveu três livros infantojuvenis, uma peça adulta e 24 crônicas da última página de VEJA SÃO PAULO, na qual colabora desde 1992. “Iniciei minha carreira no jornalismo e sou como um repórter: gosto de variar e fazer muitas coisas ao mesmo tempo”, diz. Para dar conta do recado, ele seguiu uma rotina dura: novela das 7, jantar, trabalho até 5 da matina e um charuto cubano para relaxar após o expediente. Ele só acorda depois do meio-dia. Como ninguém é de ferro, as tardes são reservadas às aulas de ioga, sessões de meditação e tratamentos estéticos. Com Caras & Bocas bombando, aumentaram, claro, os pedidos para entrevista e os convites para festas, reuniões e eventos. “Decidi neste ano ter mais tempo para mim. Preciso do meu silêncio interior”, filosofa, em frente ao lendário Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), onde começou a carreira de autor teatral na década de 80.