Continua após publicidade

Vincent Villari firma-se na teledramaturgia da Globo

Nascido no Imirim, ele escreve <em>Sangue Bom</em> ao lado da veterana Maria Adelaide Amaral

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 1 jun 2017, 17h39 - Publicado em 21 jun 2013, 17h30
Sangue Bom - Giulia Gam, Bruno Garcia dirigidos por Dennis Carvalho
Sangue Bom - Giulia Gam, Bruno Garcia dirigidos por Dennis Carvalho (João Miguel Júnior/Globo/)
Continua após publicidade

Durante o lançamento da novela Sangue Bom, uma repórter perguntou ao autor Vincent Villari como ele se sentia sendo visto como o garoto prodígio da Rede Globo. O paulistano de 34 anos, que escreve ao lado da dramaturga Maria Adelaide Amaral, de 70, a trama levada ao ar no horário das 7 desde o fim de abril, perdeu as palavras. Logo elas, capazes de brotar com tanta facilidade de sua cabeça. “Faz dezoito anos que ralo, então como ainda posso ser considerado prodígio?”, indaga. O espanto pode fazer sentido para ele. Não para os outros. Afinal, a estampa despojada de Villari contrasta com a experiência acumulada como colaborador em cinco novelas e três minisséries, até dividir os créditos de titular do atual folhetim, que marca média de 26 pontos de audiência.

 

Em boa parte ambientada na região da Casa Verde, na Zona Norte, a trama remete às experiências de Villari, nascido no bairro vizinho do Imirim. Ele nunca foi chegado aos esportes e estudava muito para tirar 10 nas provas do Colégio Nossa Senhora da Consolata. “Aquelas são as ruas onde cresci, e o bar foi inspirado nos que ficam na Avenida Engenheiro Caetano Álvares”, explica. Contrariando o óbvio, não era viciado em TV e preferia os quadrinhos. É dessa época o pôster autografado pelo cartunista Mauricio de Sousa que decora seu escritório, no apartamento em que vive, na Vila Pompeia. A primeira novela registrada na memória foi Roque Santeiro (1985), mas, três anos depois, ficou impressionado quando, vestida de noiva, a personagem de Malu Mader em Fera Radical deu um tiro na sogra (papel de Yara Amaral). Nasceu ali a ideia de criar ficções. “Eu passei a catar milho na máquina do meu pai com os dois dedos que uso até hoje e depois fazia ilustrações, mas com o tempo percebi que gostava mesmo era só de escrever”, conta ele, filho de um gerente administrativo e de uma psicóloga.

Vincent Villari
Vincent Villari ()
Continua após a publicidade

Em 1996, Villari foi contratado pela Globo, depois de participar no ano anterior de uma oficina de roteiristas da emissora, e estreou no remake de Anjo Mau (1997), com a própria Maria Adelaide. A autora foi cautelosa e demorou seis meses para deixá-lo entregar as primeiras linhas. Antes, ele atendia a telefonemas e anotava recados. “O Vincent foi inteligente para agarrar a chance e saber que só talento não basta, é preciso investir em um repertório de livros, filmes, peças, música e de vida”, afirma Adelaide, que repetiu a dupla nas minisséries A Muralha (2000), Os Maias (2001) e A Casa das Sete Mulheres (2003), além da novela Ti-ti-ti (2010). “Muita gente acha que ele me completa pela juventude, mas receio que seja o contrário.”

Vincent Villari
Vincent Villari ()

Villari anda sem tempo para abastecer a bagagem cultural. Solteiro, lamenta não ter visto o filme Antes da Meia- Noite e, para manter a energia, obriga-se a malhar três vezes por semana ou pedalar no Parque do Ibirapuera. Ainda publicou uma coletânea de contos, A que Ponto Chegamos, e finaliza um livro em parceria com o jornalista Guilherme Bryan sobre a história das trilhas sonoras de novelas. Do elenco de Sangue Bom, a atriz Giulia Gam, que diverte o público como a celebridade Bárbara Ellen, é uma entusiasta do seu texto. “Fiquei encantada quando conheci um garoto de olhos azuis, parecido com um anjo, e ele me explicou por que havia pensado em mim para um papel tão diferente”, diz Giulia, que, conhecida pelo drama, foi desafiada pela comédia. “É um roteiro sem espaço para improviso porque tudo é redondo e nem as palavras se repetem.”

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe semanalmente Veja SP* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Para assinantes da cidade de São Paulo

a partir de 35,60/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.