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Vila Zelina: o Leste Europeu em São Paulo

Conheça a história do bairro que reúne descendentes de húngaros, poloneses, russos e outras comunidades

Por Anna Carolina Oliveira
Atualizado em 5 dez 2016, 17h41 - Publicado em 26 out 2011, 18h37

No século 19, o bairro que hoje é conhecido como Vila Zelina era chamado de Baixos do Embaúba. Na época, enquanto a região começava a atrair estrangeiros, bairros vizinhos, como o Vila Prudente, já tinham fábricas e atividades comerciais.

De acordo com Victor Gers Junior, presidente da Associação de Moradores e Comerciantes do Bairro Vila Zelina, os primeiros imigrantes a chegarem no local eram da Rússia, Bulgária e Lituânia. “Meus avós eram russos e vieram na época da Segunda Guerra Mundial”, afirma.

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O primeiro registro do bairro é de 27 de outubro de 1927, quando foram feitos alguns loteamentos. O proprietário de terras Cláudio Monteiro Soares Filho e o russo recém-chegado Carlos Corkisco se ocuparam da venda dos terrenos. A família desse imigrante, aliás, mantinha contato com pessoas do Leste Europeu, e foi responsável pela chegada de muitos deles a São Paulo.

A maioria dos imigrantes buscou emprego nas indústrias e fábricas próximas, mas alguns também optaram por instalar um comércio na Vila Zelina. “Os primeiros estabelecimentos foram mercearias e empórios, onde as pessoas vendiam matéria-prima para os pratos típicos do Leste Europeu”, explica Gers. Até hoje, quem passa pelas ruas do bairro pode encontrar itens como pão preto, sardinha curtida e repolho azedo. A Rotisserie Quarena e a Delícias Mil, por exemplo, comercializam os artigos há mais de 40 anos.

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Os templos são outra atração na Vila Zelina. Um dos mais antigos é a Igreja Batista Boas Novas, da comunidade russa, construída em 1920. Dez anos depois, surgiu a Igreja São José de Vila Zelina, que até hoje realiza os cultos de domingo em lituano.

Atualmente, a Associação de Moradores e Comerciantes do Bairro Vila Zelina luta por um centro cultural do leste europeu. O presidente da organização afirma que a ideia é agregar a cultura e os costumes de todas as onze comunidades que ajudaram a formar o bairro (búlgaros, croatas, eslovenos, estonianos, letos, húngaros, lituanos, poloneses, russos, tchecos e ucranianos).

Para isso, o bairro também passa por um processo de tematização. “Queremos instalar orelhões temáticos e modificar a fachada de alguns comércios para um estilo de arquitetura do Leste Europeu”, conta Gers.

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