Val Marchiori é condenada a indenizar Ludmilla em 10 000 reais
Durante transmissão do carnaval de 2016, a socialite fez comentários considerados racistas sobre o cabelo da cantora
A socialite Val Marchiori foi condenada pela Justiça do Rio de Janeiro a indenizar a cantora Ludmilla em 10 000 reais por comentários considerados racistas durante o carnaval de 2016. O caso aconteceu durante a transmissão do desfile das escolas de samba da cidade pela emissora Rede TV!. Na ocasião, Val disse que o cabelo da funkeira estava “parecendo um bombril”.
Na sentença, a juíza Mariana Moreira Tangari Baptista observa que não há controvérsia sobre o fato, mas apenas quanto ao conteúdo ofensivo e racista do comentário feito pela apresentadora.
Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, em sua defesa, Val Marchiori citou o direito à liberdade de expressão para justificar sua conduta e disse não ter criticado o cabelo de Ludmilla, e sim a peruca usada por ela. O argumento, porém, foi rechaçado pela juíza na sentença.
“O vídeo do programa está disponível na internet e nele está muito claro que a primeira ré insiste em comparar o cabelo da autora a um bombril, ainda que os apresentadores do programa tenham tentado impedir que ela continuasse a ofender a autora, afirmando que se tratava de um aplique e não do cabelo da cantora”, escreveu a magistrada.
Ainda segundo a sentença, a liberdade de expressão deve ser exercida com responsabilidade, respeitando outros direitos constitucionalmente tutelados, notadamente o da dignidade da pessoa humana.
“O comentário feito por ela (Val Marchiori) não teve nenhum conteúdo jornalístico, informativo e útil para os telespectadores. Na verdade, foi um comentário depreciativo e racista, apto a causar dano moral à autora”, assinalou a juíza.
Procurada por VEJA SÃO PAULO, a apresentadora se pronunciou por meio de nota encaminhada pela sua assessoria de imprensa. “A decisão foi recebida com surpresa, já que não houve de minha parte qualquer comentário racista. Não sou e nunca fui racista e aguardo, serenamente, que a decisão seja revista no recurso que já está sendo preparado pelo meu advogado”.