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USP testa projeto para organizar convivência entre motoristas e ciclistas

Plano piloto tem início no sábado (1º) no campus do Butantã, onde se exercitam cerca de 12 000 esportistas nos fins de semana

Por Adriana Farias
Atualizado em 5 dez 2016, 13h52 - Publicado em 31 out 2014, 21h51
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  • Com 12 000 visitantes para lazer aos sábados, o câmpus central da Universidade de São Paulo, no Butantã, vive conflitos semelhantes aos que enfrentam outros parques da cidade, com a disputa por espaço entre quem anda, corre ou pedala, e uma agravante: a circulação de carros e ônibus. Essa convivência difícil sempre causa descontentamento de todas as partes. “É tanta gente que não dá para passar dos 20 quilômetros por hora de carro”, reclama a estudante Nicoli Oshiro, de 25 anos. “Um ônibus quase me pegou outro dia enquanto eu corria. Sorte que uma desconhecida me puxou pela blusa”, conta a economista Daniela Pacheco, de 43 anos. 

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    Desde janeiro, foram 123 acidentes de trânsito. No mais grave, em 16 de agosto, um motorista embriagado atropelou cinco pessoas — o corredor Alvaro Teno, de 67 anos, morreu. A tragédia apressou a tomada de medidas de organização, e o resultado é um plano que será testado pela primeira vez no sábado (1º), com o objetivo de isolar as atividades do local. Se funcionar, será posto à prova ao menos mais uma vez e, depois, passará pelo crivo do Conselho Gestor antes da implantação definitiva.

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    Para os frequentadores, a principal novidade do modelo experimentado é a criação de um circuito de 6,2 quilômetros, separado dos automóveis por cones ou canteiros, em boa parte paralelo à raia olímpica. Ciclistas de alta velocidade podem pedalar no local das 4 às 6 horas. Das 7 às 12 horas, caminhadas e corridas dominam o trecho (é possível praticá-las em outros lugares, sem a vantagem do isolamento dos carros). Além disso, grupos esportivos terão pontos para parar os veículos de apoio e a obrigação de recolher o lixo. “A USP não é um parque é uma comunidade científica. Então, estamos trabalhando no ganho acadêmico desse projeto, envolvendo alunos de engenharia e educação física, por exemplo, para estagiar nesse ambiente esportivo”, diz Arlindo Philippi Junior, prefeito da unidade.

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    “A cidade carece de espaços para o esporte. Tem atleta que corre por 4 horas, acima de 20 km, a USP é um dos locais mais propícios para isso”, diz Nelson Evêncio, presidente da Associação dos Treinadores de Corrida que participou da elaboração do plano com a Federação Paulista de Triathlon.

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    A instituição também planeja implantar em 2015 uma faixa de ônibus no Butantã, por onde passam 120 000 pessoas diariamente. Ela passará pela av. Prof. Lineu Prestes, na altura da Casa da Cultura Japonesa, passando pela av. da Universidade, Portaria 1, até o cruzamento da rua Alvarenga com a av. Afrânio Peixoto. Essas medidas se inserem no programa Campus Sustentável, que inclui trabalhos para economia de água, energia e urbana. O pacote de boas iniciativas dentro do campus está sendo posto em prática pelo novo reitor, Marco Antonio Zago, que assumiu o cargo em janeiro em meio a um momento delicado. Com 105% de seu orçamento anual de 5 bilhões de reais comprometidos só com a folha de pagamento, a universidade passa pela mais grave crise financeira de sua história

    As regras do projeto-piloto

    › O trânsito local (veículos de alunos e funcionários) continua permitido em praticamente todas as áreas

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    › Os demais automóveis terão barreira em parte das vias

    › O ciclismo de velocidade deverá ser feito em trecho delimitado de 6,2 quilômetros em horário restrito, das 4 às 6 horas

    › Esse mesmo percurso será destinado exclusivamente a corridas e caminhadas das 7 às 12 horas. Seus praticantes (assim como quem pedala a passeio) podem usar outros locais e horários, mas sem a vantagem de haver isolamento de carros e ônibus

     

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