Construídos e escondidos, confira três arcos paulistanos
Contornando grandes avenidas ou em ruas de bairros, eles passam desapercebidos pela cidade
Construídos para preencher desníveis entre dois ou mais terrenos, muros de arrimo podem ser encontrados por toda a cidade. o mais famoso deles, com 21 módulos, é conhecido como “Arcos do Jânio”, alvo de uma polêmica recente após passar cinquenta anos escondido atrás de casarões e cortiços. Conheça a história deste e de outros dois arcos menos famosos da capital.
Arcos da Rua Veloso Guerra, na Bela Vista
Praticamente escondida atrás de quinze casas construídas a partir de 1930, a obra separa a via da rua dos Franceses. seus arcos, feitos de tijolos, foram erguidos na década de 20 e estão bem conservados. Não há dados oficiais no Conpresp. Mais alto do que o “primo famoso”, o muro possui cerca de 20 metros de altura e pelo menos quarenta arcos, distribuídos em trios sobrepostos, separados por colunas. Por cima há um segundo muro, mais novo, feito de concreto e para abrigar as garagens de um prédio.
Arcos enterrados na Avenida 23 de Maio
Localizada no sentido santana da movimentada via, logo após o Viaduto Beneficência Portuguesa, a parte desenterrada de um muro com arcos se assemelha a portas de túmulos. Fechada com os mesmos tijolos que ornamentam as colunas, a construção não tem data e possui alguns buracos, talvez feitos por curiosos em saber o que há do outro lado.
Arcos do Jânio
Com 11 metros no ponto mais alto, a construção separa as ruas assembleia e Jandaia, perto da avenida 23 de Maio. a obra começou em 1908 e terminou cinco anos depois. A partir de 1930, a faixa de terreno à frente passou a ser ocupada por casarões, degradados ao longo dos anos. Em 1987, o então prefeito, Jânio Quadros, determinou a demolição das residências. Assim, os hoje famosos arcos foram redescobertos e entregues à cidade. Em 2015, Fernando Haddad liberou a pintura de grafites nos módulos. dois anos depois, João Doria alegou má conservação das obras e determinou sua pintura original, conforme tombamento, de 2002, definido pelo conselho do patrimônio municipal (Conpresp).