“Conversando com Mamãe” emociona ao tratar de afeto e afastamento
Dirigidos com sensibilidade por Susana Garcia, os atores Beatriz Segall e Herson Capri sustentam com competência a comédia
Adaptação assinada pelo catalão Jordi Galcerán para o texto do cineasta argentino Santiago Carlos Oves, a comédia Conversando com Mamãe, levada ao cinema em 2004, prova como contar bem uma história simples faz diferença. Em atuação formidável, Beatriz Segall interpreta uma espirituosa e moderna senhora de 82 anos. Herson Capri, por sua vez, é Jaime, o filho cinquentão que pouco convive com a mãe e só tem notícias dela por telefone. O encontro deles para resolver uma crise rende momentos divertidos e emociona ao trazer temas como afeto, companheirismo e afastamento.
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O problema começa quando Jaime, até então um bem-sucedido executivo, perde o emprego e, sem dinheiro, vê como única saída a venda do apartamento onde mora a mãe. Sem afinidade com a nora ou a sogra do filho, ela não aceita a proposta dele de se mudar para sua casa. A partir daí, uma franca conversa coloca os pingos nos is e Jaime começa a descobrir como realmente pensa aquela senhora que o ama acima de tudo. Com sensibilidade mas sem cair na pieguice, a diretora Susana Garcia supera os clichês do texto, traduzido por Pedro Freire. Beatriz Segall brilha em cena e confere um tom cômico irresistível à sua personagem. Apoiado por ela, Capri retrata com rigor o constrangimento de um homem fracassado e ao mesmo tempo surpreso com a cumplicidade perdida ao longo do tempo.
AVALIAÇÃO ✪✪✪