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Slam ganha salas de escolas particulares e campeonato próprio

Batalha de poesias, comum nas praças das periferias, vira prática pedagógica nos colégios paulistanos

Por Clayton Freitas
Atualizado em 16 out 2023, 20h09 - Publicado em 13 out 2023, 06h00
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SLAM no Colégio Marista, que promove intercâmbio com projeto social  (Alexandre Battibugli/Veja SP)
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Movimento que reúne jovens em diversas regiões da periferia, o slam, uma espécie de campeonato de poesia falada, caiu no gosto dos educadores e entrou para as salas de aula. Cada vez mais são criadas práticas pedagógicas sobre o gênero, e um campeonato interescolar que começou com apenas quatro colégios em 2015 terá neste ano representantes de 330 escolas de todo o estado, entre estaduais, municipais e particulares.

Diferentemente das declamações das poesias, no slam o que vale é o texto autoral e a expressão corporal, embora não possam ser utilizados maquiagem, figurino ou acompanhamento sonoro. Cada poeta tem até três minutos para declamar e é avaliado por cinco jurados escolhidos no meio da plateia. Os temas recorrentes abordam críticas sociais (racismo, machismo, preconceito, questões de classe e feminicídio). Experiências pessoais relacionadas ao amor, futebol, bullying e política também estão na lista.

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Funcionários da Emef Antonio Carlos Abreu Sodré, no Jardim Sabará, como jurados em concurso interno, o Slam Abreu (Flávio Florido/Veja SP)

Mesmo escolas particulares como o Colégio Viver e a escola trilíngue Camino School passaram a desenvolver atividades pedagógicas. A lista inclui ainda o Marista Arquidiocesano, na Vila Mariana (Zona Sul), que criou um itinerário formativo.

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A ideia surgiu após uma visita da professora Ester Aparecida da Silva Abdelnur Camargo, 48, à Escola Social Marista Irmão Lourenço, na Vila Progresso (Zona Leste), mantida pelo Marista Brasil. Por lá os alunos já são adeptos do slam. Ela diz que ficou entusiasmada com o envolvimento dos estudantes e como o slam pode ser uma ferramenta para trabalhar a comunicação, criatividade, produção e interpretação textual. “No começo foi difícil, alguns até acharam que era algo ligado ao islamismo”, diz a docente.

A turma inaugural no Arquidiocesano foi formada no primeiro semestre deste ano e a vencedora foi Laura Lukowiecki Bidóia, 16, que enfrentará Henderson Aquino, 17, aluno do Irmão Lourenço, para saber quem avança no Slam Interescolar SP, que reúne 330 escolas e que terá a grande final em novembro no Teatro Sérgio Cardoso.

O criador da disputa que existe desde 2015 é Emerson Alcade, 41, que elaborou o evento após ter participado de um campeonato mundial na França. Em 2021 o projeto ganhou o prêmio Jabuti de Fomento à Leitura. Criador do Slam da Guilhermina (Zona Leste), conheceu o gênero por meio do trabalho do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, trupe teatral de hip-hop. Uma das integrantes é a atriz Roberta Estrela D’Alva, tida como a precursora do movimento no país.

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KING Abraba no Slam da Guilhermina (Sérgio Silva/Divulgação)

Há quinze anos o Bartolomeu produz o Slam SP, campeonato estadual que neste ano foi vencido por KING Abraba, codinome de Kelly Silva, 22, que teve o primeiro contato com o slam na escola há cinco anos.

Publicado em VEJA São Paulo de 13 de outubro de 2023, edição nº 2863.

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