Moradores de São Paulo trocam carros e até metrô pelo ônibus
Conheça a história de pessoas que utilizam ônibus todos os dias
Horas economizadas no trânsito, facilidade de locomoção, economia e a criação das novas faixas exclusivas. São muitas as justificativas de alguns paulistanos para trocarem seus carros pelo transporte público – especialmente pelos ônibus – para se locomoverem pela cidade.
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É o caso, por exemplo, da consultora Thaís Vasconcelos, de 29 anos. Todos os dias, ela sai de Moema para a Granja Julieta, na Zona Sul. O ônibus, que leva aproximadamente 30 minutos para fazer este trajeto, foi escolhido por um motivo simples: economia. “O carro é um gasto imenso com gasolina, estacionamento, manutenção.” Somente com estacionamento, Thaís gastava 400 reais por mês. “E ainda tenho algumas vantagens. Nesse trajeto não pego ônibus cheio, consigo pôr a leitura em dia, coisa que antes não era possível.”
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O engenheiro Rodrigo Bruno da Silva, de 33 anos, nunca pensou em comprar um carro. Desde que se mudou para São Paulo, há um ano e meio, o belo-horizontino sempre foi adepto do transporte público. “Morei na Holanda um tempo e desde que voltei para o Brasil não sinto falta de ter um carro.” Nos últimos tempos, seu trajeto de São Judas para a Berrini ficou mais curto. Com criação das faixas exclusivas para ônibus, ele trocou o metrô lotado pelo ônibus vazio e economiza mais de uma hora todos os dias.
Em 2013, as faixas exclusivas para ônibus se transformaram na principal política de transporte público da prefeitura. Até esta semana, 169,8 quilômetros já haviam sido criados e a promessa da administração é de completar 200 somente neste ano.
Apesar de polêmica, por aumentar o tempo de percurso dos veículos, a medida é vista com bons olhos por grande parte dos moradores da cidade. Segundo uma pesquisa do Ibope, 93% dos paulistanos aprovam as novas faixas, um número surpreendente.
Mesmo sendo praticamente uma unanimidade, o sistema de transporte ainda é criticado por muita gente. A consultora Priscila Maeda, de 32 anos, vendeu o carro há quatro meses, anda de ônibus e metrô, mas diz que sua escolha não é a ideal para todos. “Apesar de ter feito a opção pelo transporte público, tenho consciência de que ele é indecente. Para mim foi melhor, não quer dizer que para outras pessoas também seja.”