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Rogério Fasano e João Paulo Diniz desfazem sociedade

Racha acontece depois de oito anos de parceria

Por Da Redação
Atualizado em 5 dez 2016, 19h21 - Publicado em 18 set 2009, 20h35

MATÉRIA PUBLICADA ORIGINALMENTE EM 6/12/2006.

Em abril, o restaurateur Rogério Fasano, dono da mais reluzente marca da gastronomia e da hotelaria nacionais, passou uma semana visitando trattorias e vinícolas da Itália. Nesse período, oito de suas onze casas paulistanas (Fasano, Gero, Parigi, Gero Caffè, Armani Caffè, Forneria San Paolo, Nonno Ruggero, Baretto, Enoteca Fasano, Casa Fasano e Buffet Fasano) ficaram sem chef e sem maître. Vinte dos funcionários mais graduados do time acompanharam Rogério na viagem. O custo do tour irritou o empresário João Paulo Diniz, herdeiro do grupo Pão de Açúcar e sócio de Rogério desde 1998. Por causa do episódio, os dois, que já tinham se desentendido outras vezes, passaram a tratar de negócios apenas por meio de emissários. Há três meses, no entanto, eles voltaram a se falar, quando a construtora JHSF manifestou interesse em associar-se à grife Fasano no mercado de hotelaria. O martelo foi batido na última quinta (30). A empresa adquiriu – especula-se que por 11 milhões de reais – uma parte de Diniz no Hotel Fasano. A JHSF agora tem 44%, Rogério, 42%, e Diniz, 14%.

 

Com a nova parceria, o restaurateur espera lançar hotéis com a sua grife mundo afora. Além do luxuoso endereço da Rua Vitório Fasano, nos Jardins, está em construção na Praia de Ipanema o Fasano carioca, com projeto do badalado arquiteto francês Philippe Starck. “Vamos erguer empreendimentos em lugares paradisíacos do Brasil e de outros países”, diz Rogério. “A tendência é que eu me volte cada vez mais para esses projetos e forme uma cooperativa de funcionários para cuidar da administração dos restaurantes.”

 

Nos negócios gastronômicos, o divórcio entre os sócios foi total. Diniz saiu da separação de bens com duas casas, as sanduicherias chiques Forneria San Paolo e Forneria Rio – ele é dono também do Ecco e do Dressing, com outros parceiros. Rogério vai tocar sozinho os demais endereços do grupo. Mas ele não descarta a possibilidade de continuar, de alguma forma, com um pé na cozinha das fornerias. “Eu e o João Paulo temos uma conversa agendada sobre esse assunto na semana que vem”, afirma Rogério. “Continuamos amigos.”

 

Diniz não se pronunciou sobre o rompimento. Quando investiu 15 milhões de reais na construção do Hotel Fasano, ele sabia que estava se associando a um empresário com fama de visionário, que não mede esforços (nem dinheiro) para oferecer serviços de primeiríssima qualidade. O Hotel Fasano, cujo custo total foi de 50 milhões de reais, só se concretizou graças a Diniz, conhecido por ter um estilo mais comedido ao lidar com números. Além de colocar recursos próprios no projeto, ele levantou com o BNDES um financiamento de 20 milhões de reais. Tratava-se de um sonho antigo do restaurateur, que comprara o terreno, mas não tinha capital para erguer o prédio. “São as loucuras do Rogério que dão personalidade aos empreendimentos”, disse Diniz à época da inauguração, em 2003. “Sempre fui um sonhador”, admite Rogério. “É uma pena que nem todos entendam isso.”

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