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Professores de cursinho fazem sucesso nas redes sociais

Alguns mestres já ultrapassam a marca dos 100.000 seguidores no Twitter

Por Pedro Henrique Araújo
Atualizado em 1 jun 2017, 18h24 - Publicado em 18 nov 2011, 16h40
Alexandre Mazza - Internet - Aulas - Twitter - 2244
Alexandre Mazza - Internet - Aulas - Twitter - 2244 (Mario Rodrigues/)
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A lista de brasileiros campeões do Twitter está cheia de estrelas do showbiz e do esporte, como o jogador de futebol Kaká, a cantora Ivete Sangalo e o apresentador Luciano Huck, que juntos somam mais de 14 milhões de seguidores. Embora não tenha uma audiência no mesmo patamar, um grupo curioso e, até certo ponto, surpreendente entrou para a lista de webcelebridades: os professores de cursinho. Com brincadeiras, dicas e lembretes úteis, eles reúnem milhares de estudantes em aulas virtuais.

São mestres como Mateus Prado, que leciona nas oito unidades do pré-vestibular Henfil, na Grande São Paulo. Para sua “classe” na internet, com mais de 200.000 pessoas, publica diariamente uma média de vinte posts. “Não faço parte do time de pioneiros; demorei bastante tempo para descobrir esse canal de comunicação”, afirma. Somente em 2009 ele criou uma conta no endereço, passando a tratar no espaço de temas ligados ao universo do Enem. Desde então, sua popularidade virtual vem crescendo rapidamente. Nos períodos de provas, ele chega a receber 600 mensagens por dia. “É incrível o poder dessa ferramenta”, diz.

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As escolas preparatórias na capital para outros testes importantes viraram celeiros desse tipo de fenômeno. Na Rede Luiz Flávio Gomes (LFG), na Consolação, que auxilia candidatos interessados em prestar o exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), são bastante disputados os horários de Alexandre Mazza, especialista em direito administrativo e direito tributário. Dono de uma pedagogia peculiar, ele costuma criar paródias de músicas populares para que os aprendizes fixem o conteúdo das matérias. Ao explicar um ponto da legislação que aborda a proibição ao exagero, por exemplo, recorreu aos pagodeiros do Só pra Contrariar e fez uma paródia da canção “Essa Tal Liberdade”. A música ficou com a mesma melodia, mas teve um verso modificado: “Eu andei errado, eu pisei na bola, matei um pardalzinho usando um canhão, mas o exagero é sempre ilegal, invalidar conduta é desproporcional”.

Adaptando esse estilo ao Twitter, Mazza angariou uma plateia de mais de 114.000 internautas, que recorrem à página atrás de suas dicas e revisões para tópicos importantes. Muitos textos trazem links para o seu site, em que aparece em vídeos exibindo seu talento ao violão a serviço dos estudantes. “Eu não tenho patente da invenção, mas sou o primeiro a fazer algo do tipo aqui no Brasil”, gaba-se. Ex-aluna de Mazza, Gláucia Nicacio Soares passou em 2010 no teste da OAB e aprovou o auxílio. “A técnica me ajudou muito a obter sucesso em disciplinas complicadas”, conta.

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A maioria dos estudiosos da área de pedagogia acredita que esse tipo de recurso pode ser positivo, com algumas ressalvas importantes. “O Twitter é como o Poupatempo. Ele resolve seus problemas muito rápido, mas não vai resolver a sua vida”, afirma Luli Radfaher, professor de comunicação digital da USP. Os próprios especialistas na utilização da ferramenta recomendam cuidado com o negócio. “Os conselhos que dou na minha página não podem jamais substituir os estudos tradicionais”, avisa Mazza.

Internet - Aulas - Twitter - 2244 - 2
Internet – Aulas – Twitter – 2244 – 2 ()

Nesse universo, um professor trilhou um caminho diferente do da maior parte dos colegas, migrando para uma sala de aula física depois do sucesso no ambiente virtual. Foi o caso de Edney Souza, que começou com um trabalho on-line tirando dúvidas e dando dicas sobre como criar um blog e ganhar dinheiro na rede. Seu Twitter superou recentemente a marca de 100.000 seguidores. Graças a essa experiência, foi convidado a dar aulas na FGV-SP na disciplina de mídias sociais. “Trabalhava como gerente de sistemas e escrevia sobre internet como passatempo, mas comecei a ganhar mais com isso e decidi me dedicar integralmente ao assunto”, conta ele, que fatura até 1.500 reais com tuítes pagos em seu microblog por empresas como Lenovo e Nextel.

OS MESTRES DA INTERNET

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Mateus Prado, de 36 anos, especializado no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)

Twitter: @EnemMateusPrado

Número de seguidores: 209.143

Tuítes por dia: vinte

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Post recente: “Infelizmente o Enem proíbe o uso de relógio. Vai ter de ficar perguntando a hora. Tem um seguidor que vai levar relógio de parede”

Alexandre Mazza, de 36 anos, professor de direito administrativo e direito tributário

Twitter: @professormazza

Número de seguidores: 114.379

Tuítes por dia: 25

Post recente: ”Na dúvida, sempre marque a alternativa diferente (heterogênea). Se as alternativas são maçã, pera, laranja e a última pedra, É PEDRA”

Edney Souza, de 35 anos, professor do curso de mídias sociais na Fundação Getulio Vargas

Twitter: @Interney

Número de seguidores: 108.931

Tuítes por dia: quinze

Post recente: ”A maior ironia da galera que reclama sobre estrangeirismos é fazê-lo em ferramentas estrangeiras como Twitter e Facebook”

 

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