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Polícia Civil de SP perde cinco agentes por dia, diz pesquisa

Levantamento feito pelo Sindicato dos Delegados de São Paulo aponta que corporação perdeu mais de 6 000 funcionários entre 2016 e 2019

Por Ricardo Chapola
Atualizado em 15 abr 2019, 18h32 - Publicado em 15 abr 2019, 18h00
Corporação tem atualmente mais de 24 000 agentes na ativa  (Reprodução/Veja SP)
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Um levantamento realizado pelo Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp) aponta que a corporação perdeu mais de 6 000 funcionários de seu efetivo entre 2016 e março de 2019. Esse número corresponde a uma baixa de cinco servidores por dia ao longo desse período.

O número de agentes na polícia vem caindo mais ano após ano. Em 2016, saíram do órgão 1 323 agentes. Em 2017, foram 1 851. E em 2018, 2 380 policiais.

É uma quantidade muito maior do que a Secretaria de Segurança Pública diz ter reposto no efetivo da Polícia Civil desde 2016. De lá para cá, a pasta informou ter contratado 2 844 novos agentes – 3 000 pessoas a menos do que precisava para cobrir o déficit. A pasta diz que a Polícia Civil conta com um efetivo de mais de 24 700 funcionários.

O sindicato contabiliza o afastamento de agentes baseado em três justificativas: aposentadoria, morte, ou exoneração. Nesse último caso, a entidade não detalha os motivos que culminaram no pedido de exoneração de cada servidor. Mas a presidente do sindicato, Raquel Kobashi Gallinati, diz que o principal deles é o desestímulo por causa dos baixos salários.

“É uma das piores médias salariais do país. Em outros estados, os delegados, por exemplo, ganham bem mais do que os 7 000 mil reais que recebem aqui”, disse Raquel.

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Sindpesp
Raquel Gallinati é presidente do sindicato desde dezembro de 2016 (Divulgação/Veja SP)

O portal da Transparência do governo mostra, no entanto, que vários delegados possuem vencimentos altos, acima de 20 000 reais. O sindicato, porém, garante que isso não é a regra.

Para Gustavo Mesquita Galvão Bueno, presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Adpesp), a desvalorização dos agentes da polícia é uma “falha de gestão” do governo estadual.

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“Há um déficit de 13 000 policiais hoje em São Paulo. E isso está diretamente ligado à baixa remuneração paga pelo estado”, afirma. “O governo, a pretexto de economizar, acaba criando prejuízo. É uma falha de gestão de política de segurança pública.”

Falha de gestão
Gustavo Mesquita Galvão Bueno é presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Adpesp) (Divulgação/Veja SP)

Entre 2016 e 2019, o governo de São Paulo destinou uma quantidade maior de recursos para a Polícia Civil. Em 2019, o orçamento previa mais de 4 bilhões de reais para corporação, mais de 480 milhões de reais a mais do que em 2016.

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Em entrevista a VEJA SÃO PAULO, um delegado que só quis se identificar como Victor, diz se mudou para o Paraná em 2016 porque não se conformava com o próprio salário. Hoje, Victor afirmou que ganha 80% mais do que quando estava atuando como delegado em São Paulo.

“Vim para cá primordialmente por insatisfação salarial. Era uma diferença muito grande”, disse. “Infelizmente o estado, que é o mais rico da federação, não tem dado a atenção devida à polícia no que tange a salários, a investimentos em tecnologia”.

De acordo com o portal da Transparência do governo do Paraná, os contracheques de delegados do estado giram em torno dos 30 000 reais.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública informou que há sete concursos em andamento voltados para contratação de pessoal. Segundo o texto, a ideia é preencher mais 2 750 vagas.

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