Choque e manifestantes entram em confronto em frente a Câmara
Tumulto começou quando vereadores discutiram o adiamento da votação do Plano Diretor, que define estratégias para crescimento da cidade nos próximos anos; sem-teto pressionam parlamentares para inclusão de projeto que favorece moradias populares
Manifestantes de movimentos de defesa de moradia que estavam na frente da Câmara Municipal de São Paulo pressionando vereadores pela aprovação do Plano Diretor Estratégico entraram em confronto com a Polícia Militar no começo da noite desta terça-feira (29). O Viaduto Jacareí foi interditado e a polícia usa bombas de gás lacrimogêneo para tentar dispersar cerca de 3 000 pessoas que acompanhavam a sessão por um telão.
+ As principais novidades propostas pelo Plano Diretor
A votação estava suspensa quando a confusão começou do lado de fora. Os vereadores discutiam se a sessão deveria ser adiada para outro dia para que alguns ajustes no texto fossem feitos. Ao saberem dessa possibilidade, os manifestantes, que querem que o texto seja aprovado o quanto antes, com a manutenção de tópicos que favorecem a criação de moradias populares, se revoltaram.
+ Plano Diretor está pronto para ser votado na Câmara Municipal
De acordo com o presidente da casa, o vereador José Américo, um capitão da polícia levou uma pedrada na cabeça e está no ambulatório da Câmara. O grupo colocou fogo em pneus e foi cercado pela Tropa de Choque, que lançou bombas de gás para contê-los.
Segundo pessoas que estão dentro do prédio, gás e fumaça entraram pelas janelas quebradas.
Plano Diretor
Entre as novidades incluídas na proposta – que ainda devem sofrer mudanças até a versão final enviada ao prefeito – estão o limite da altura dos prédios no interior dos bairros, a volta da zona rural no extremo sul da cidade e a criação de um corredor cultural que ligará o centro à Avenida Paulista.
O Plano Diretor está em discussão na Câmara desde o segundo semestre do ano passado. Durante esse período, foram realizadas diversas audiências públicas em velocidade recorde. Uma liminar suspendeu essas reuniões com a justificativa de que elas dificultavam que população entendesse o desenvolvimento das emendas.