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Paulistano ministra curso de barista a jovens de baixa renda

Diego Gonzales comando o projeto Fazedores de Café, que capacita garotas e garotos para o mercado de trabalho

Por Camila Pusiol
Atualizado em 14 fev 2020, 15h59 - Publicado em 3 ago 2018, 06h00
Diego Gonzales: curso de capacitação profissional a jovens de baixa renda (Alexandre Battibugli/Veja SP)
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Formado em engenharia florestal, o paulistano Diego Gonzales, de 37 anos, trocou o trabalho na área de desenvolvimento sustentável em zonas rurais pelos expressos e filtros em 2011. Foi quando abriu o Sofá Café, hoje com cinco unidades em São Paulo, uma no Rio e outra nos Estados Unidos. No estudo para se tornar barista, descobriu que a disciplina da profissão e também o seu encantamento — afinal, quem resiste a um bom cafezinho? — poderiam ajudar jovens de famílias de baixa renda a encontrar um ofício.

Em 2014, lançou o projeto Fazedores de Café, que fornece formação gratuita a garotas e garotos a partir dos 17 anos. “Não bastava ensinar a extrair uma bebida, era preciso oferecer toda uma base de serviço”, afirma. Selecionados por ONGs parceiras, os jovens aprendem conceitos como gestão do ambiente e normas da vigilância sanitária, além de ter noções de harmonização e criação de receitas. Os grupos de estudo são pequenos, de quatro a seis alunos, e as aulas são ministradas todos os dias da semana durante três meses, numa sala na sede do Sofá Café, em Pinheiros.

Além do fundador, professores convidados participam de forma voluntária. Para garantir a matéria-prima de todas as xícaras-teste, Gonzales conta com a colaboração de marcas como a Leitíssimo e a Fazenda Santa Lina. Após a formação teórica, os jovens cumprem um mês de estágio supervisionado em diferentes cafeterias da cidade.

Participante da primeira turma, Paulo Silva, então com 18 anos, foi contratado no segundo dia de estágio no Octavio Café. “Isso mudou minha vida. Com o emprego, consegui ajudar minha família e bancar o curso de gastronomia”, diz Silva. Depois de três anos lá, acabou voltando para o Sofá, onde hoje acompanha as turmas de aprendizes (a última se formou em 4 de agosto). “Temos uma taxa de empregabilidade de 90%. O café abre muitas portas e dá uma chance a quem talvez não a tivesse fora daqui”, completa Gonzales. No próximo curso, com início previsto ainda para este mês, pela primeira vez serão capacitados cinco refugiados sediados em São Paulo.

Sofá Café. Rua Bianchi Bertoldi, 130, Pinheiros, ☎ 3034-5830. fazedoresdecafe.com.br

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